A novela de Moro - Por Charles Carmo

A vestal de Maringá deve explicações sobre o enriquecimento decorrente dos processos que julgou

Sergio Moro (Foto: Eduardo Matysiak)
Escrito en OPINIÃO el

Moro é como o delegado de polícia descrito logo no início do romance O Capote, de Nikolai Gógol.

A operação Lava Jato (cuja chefia Moro assumiu no rádio essa semana), utilizou, à semelhança da personagem de Gógol, a estratégia de afirmar que qualquer crítica ao juízes ou aos promotores era um insulto ao MP e às instituições, um insulto à sociedade como um todo, coisa de quem não queria "acabar com a corrupção".

Moro, ex-juiz e sempre suspeito, não tem mais a toga e está nu, mas ainda tenta se valer da mesma artimanha para explicar o seu enriquecimento às custas da destruição que promoveu na indústria de construção pesada do Brasil e da interferência política para impedir a eleição de Lula. Moro fez o serviço sujo e recebeu por ele.

A vestal de Maringá deve explicações sobre o enriquecimento decorrente dos processos que julgou. Moro faliu empresas, desempregou milhares de pessoas e, ao fim, enriqueceu com isto.

O nome disso é corrupção. O resto é novela.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum