Ao ler a notícia sobre o encontro do fundador de um partido com um proto-comediante para discutir uma terceira via presidencial fui remetido na hora para a série, que às vezes parece um documentário, Years and Years (HBO).
A trama é a seguinte: o Reino Unido elege uma primeira-ministra de extrema direita e, soma-se a isso, uma crise econômica que devasta o Ocidente.
Junto com ela outras porcarias do tipo são eleitas, e o resultado nós estamos vivenciando.
Mas porque fui remetido à série? Depois de uma longa jornada para retirar a extrema direita do poder, surge um candidato, veja bem, “humorista” que começa a entrar em ascensão.
A frase final de uma das protagonistas, a personagem Muriel Deacon, que é uma idosa que já viveu várias barbáries, é um alerta: "não elejam novos idiotas”.
A grandes obras, seja de qual meio for, servem para, além de alimentar o espírito, nos alertar de possíveis erros a serem repetidos.
Por mais bizarro que seja a reunião em questão, a idiotice não deve ser subestimada. E para tanto, basta lembrarmos da história e trajetória do atual presidente da República.
Ou seja, mais do que retirar Bolsonaro do Palácio do Planalto em 2022, há uma outra tarefa tão importante quanto: como vamos fazer para minar o surgimento de outras candidaturas idiotas e nefastas à vida política brasileira?
E devemos levar isso à sério, pois, há uma infinidade deles ao redor do Brasil ocupando Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, governos estaduais, cadeiras no Senado e importantes comissões do Congresso Nacional.
O trabalho que se apresenta diante de nós é imenso. É uma disputa cultural e ao mesmo tempo a construção de novas mentalidades em torno da política, e ela se dá em todas as esferas da vida.
Só dessa maneira é que vamos evitar uma proliferação ainda mais nefasta de idiotas na política e com cargos de poder.
A idiotice está afundando o Brasil.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.