Sábado, 13 de fevereiro de 2021. Hoje o Brasil não existiu.
O tamborim não soou. O Galo não madrugou. A ladeira de Olinda não cansou. A Sapucaí não vibrou. Salvador não batucou. O Marco Zero não trepidou. A colossal megalópole não cantou.
A multidão não suou. O pé não sambou. O grito não ecoou. O beijo não apaixonou. A fantasia não ensopou. O protesto não se espalhou. A cerveja não gelou. O ambulante não andou. O xixi não apertou. A ressaca não castigou.
A renda do trabalhador não chegou. A genialidade dos artistas não encantou. O delírio do público não contagiou. A marchinha não ironizou. O glitter não sujou. A maquiagem não borrou. O casal não brigou. O amor não reverberou.
A multidão não peregrinou. A alegria não reinou. A luz não iluminou. O preconceito não calou. A musa não desfilou. A baiana não rodou. O copo não chacoalhou. A magia não imperou.
O maior espetáculo da Terra não rolou.
O Carnaval é nossa face para o mundo. É como se olhássemos no espelho e não nos víssemos.
Isso machuca tanto.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.