Dia de luto, dias de luta

Campanha das Centrais sindicais em defesa do auxílio emergencial
Escrito en OPINIÃO el

Neste dia 2 de novembro, onde homenageamos nossos mortos, chegamos a terrível marca de 160 mil vidas perdidas para a Covid-19 e para a falta de política efetiva do governo federal para o controle da pandemia.

Nossa solidariedade aos familiares que perderam seus entes queridos para o descaso daquele que sempre afirmou: "é só uma gripezinha".

O governo Bolsonaro é o retrato mais bem acabado da necropolítica, um governo natimorto que provoca danos no país como as infecções respiratórias da Covid-19.

A economia respira por aparelhos. Além do custo humano, da dor das famílias, a morte de mais de 160 mil pessoas é a morte de milhares de trabalhadores, da força pordutiva deste país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBE-FGV) estima-se que o país perdeu 3 bilhões, pois quase um terço destas mortes ceifou a vida de trabalhadores de 20 anos ou mais.

Bolsonaro foi obrigado a pagar o Auxílio Emergencial

Se dependesse de Bolsonaro e Guedes estaríamos ainda em situação mais catastrófica. pois Bolsonaro queria adiantar pagamentos de aposentadoria e não pagar auxílio emergencial. Depois Guedes propôs um pagamento de 200 reais para milhões de trabalhadores que perderam seu emprego ou que devido a pandemia não podiam sequer fazer bicos.

Bolsonaro, obrigado a pagar 600,00 pelo Congresso, para o auxílio emergencial, não controlou nem a epidemia, nem a economia. Ao contrário, contribuiu para que ela tomasse todo o território nacional ceifando vidas de todas as idades. Sua equipe econômica não tinha a menor ideia de quantos brasileiros seriam antendidos pelo auxílio emergencial e lá se vão 8 meses e 40 milhões de pessoas dependentes do auxílio emergencial para pôr a comida na mesa. Quarenta milhões de pessoas representa metade da força produtiva do país, num Brasil com a taxa de desemprego em 14% e que pode chegar a 18,5% em 2021.

Bolsonaro já gastou, em 8 meses, meio trilhão de reais com auxílio emergencial sem qualquer política de desenvolvimento econômico associada à medida, como destacou Marcos Coimbra em entrevista ao Fórum Sindical, na última quarta-feira (28/10). Isso significa mais do que Lula e Dilma gastaram em 13 anos com o bolsa família, que gerou a permanência na escola, a diminuição da mortalidade infantil, a retirada do Brasil do mapa da fome, o desenvolvimento da agricultura familiar e do comércio local. O bolsa família, associado a 120 políticas públicas, era uma política de inclusão transformadora que fazia a roda da economia girar.

Se o auxílio emergencial estivesse associado ao combate do alastramento do covid-19 estaríamos em outro patamar. Mas não foi isso que ocorreu. Bolsonaro foi contra a quarentena, abraçou pessoas e tirou selfies sem máscaras e agora é contra a vacina.

E seguimos neste poço sem fundo, sem perspectiva de sairmos da depressão econômica, de frear a pandemia que continua matando mais de 600 pessoas por dia: 3 aviões em queda sem qualquer sobrevivente. E os brasileiros seguem naturalizando a barbárie. Até quando?

Dia 03 é dia de luta

Diante desta catástrofe, acabar com o auxílio emergencial ceifará ainda mais vidas. Por isso as Centrais se organizam e saem para a luta amanhã, dia 03/11, às 11H, exigindo a permanência do auxílio emergencial sem cortes. O ato acontecerá em São Paulo, em frente à sede do Banco Central. As Centrais reivindicam ainda a defesa da desoneração de empresas para 17 setores da economia e como contrapartida que as empresas desoneradas não façam demissões.

A manutenção do pagamento de auxílio emergencial de R$ 600 é tema de campanha das centrais desde setembro, quando o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) editou a Medida Provisória (MP) 1.000, reduzindo o valor pela metade e estabelecendo o pagamento do benefício até dezembro. A oposição na Câmara e as centrais querem que a MP entre na pauta, que está obstruída há um mês.