Disputa entre EUA e China repercute no leilão do 5G no Brasil

Segundo a Anatel, no Brasil não deverá haver nenhum tipo de barreira ao uso de equipamentos da Huawei

Donald Trump e Xi Jinping (Reprodução/Al Jazeera)
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- A temperatura média anual do mundo começou a ser registrada em 1850. A média dos últimos quatro anos (2015-2019) já é a maior da série histórica. Julho de 2019, por enquanto, é o mês mais quente de todos os anteriores. A informação está em um relatório da ONU publicado e apresentando na véspera da Assembleia Geral da ONU, que ocorre esta semana em Nova Iorque, nos EUA. Segundo o relatório, no atual estágio de compromissos dos países para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, a Terra ficará de 2,9?C a 3,4?C mais quente até 2100. Seria necessário multiplicar por 5 os esforços da luta contra o CO2 para conter o aquecimento global a 1,5?C, como prevê o acordo de Paris (2015) ou por 3 para conter o aumento ao patamar de 2?C, limite máximo estipulado pelo acordo. Ocorreu nesta segunda (23), em NY, uma reunião especial com 60 governantes sobre o clima dirigida pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. O Brasil não teve pronunciamento por não ter entregue um plano de ação do país para o tema. - Trump já está em campanha para sua reeleição e tem usado de seu posto para tentar atingir aquele que é um dos possíveis candidatos pelos democratas, Joe Biden. O final de semana foi de muito burburinho com o vazamento de que em conversa com o novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Trump teria feito pressões para que o país abra uma investigação oficial a respeito de negócios do filho de Joe Biden na Ucrânia. Trump teria ainda segurado uma transferência de 250 milhões de dólares de recursos estadunidenses destinados à Ucrânia como forma de pressão. O vazamento de dados da conversa telefônica entre os dois presidentes veio através de uma denúncia de um funcionário da inteligência dos EUA que teria testemunhado a ligação. Agora, a pressão é do parlamento para ter acesso à transcrição da conversa e também ao texto da denúncia. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ameaçou o presidente Trump com medidas a serem tomadas pelos parlamentares (com informações do Meio). - A disputa comercial entre EUA e China está repercutindo no leilão do 5G no Brasil. O presidente Trump tem feito pessoalmente pressão para que a chinesa Huawei seja excluída das disputas pelo 5G em todo o mundo. Segundo a Anatel, no entanto, em matéria divulgada pelo Estadão, no Brasil não deverá haver nenhum tipo de barreira ao uso de equipamentos da Huawei. A empresa já está presente em mais de um terço da infraestrutura de redes de telefonia móvel no Brasil e foi escolhida pela Anatel para realizar os testes do 5G no Brasil com as teles Oi, Tim, Claro, Vivo e Algar que disputarão o leilão. O leilão, que ainda não possui edital aprovado e colocado para consulta pública, deve ocorrer em meados de 2020. - Parlamento da Áustria aprovou moção que obriga o governo do país a vetar o acordo comercial Mercosul – União Europeia perante o Conselho Europeu. O acordo que ainda está em fase final de redação precisa ser submetido à aprovação dos parlamentos dos Estados-membros da UE, Parlamento Europeu e Conselho Europeu. - Na última sexta (20), Trump anunciou novas sanções contra o Banco Central do Irã e disse esperar que a medida seja uma punição suficiente, afastando a opção militar. O presidente dos EUA se gabou de estas serem, segundo ele, “as maiores sanções já impostas contra um país”. Os bloqueios atingem o banco central e o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Irã, o BNDES deles. As medidas são em retaliação ao país por um suposto envolvimento no ataque a refinarias sauditas. Segundo as autoridades da Arábia Saudita, os ataques foram feitos com pelo menos 18 drones e sete mísseis no campo de petróleo de Khurais, leste do país. A apenas 200 km de Khurais está Abqaiq, a maior usina de processamento de petróleo do país, também atingida pelos ataques. - O parlamento europeu aprovou na semana passada uma resolução que equipara o comunismo ao fascismo. A equiparação está embasada em uma referência descontextualizada do pacto Ribbentrop-Molotov (acordo de não agressão firmado entre Alemanha e União Soviética em 1939) e abre caminho para intensificar e generalizar a perseguição e proibição de partidos comunistas na Europa e no resto do mundo. - Em Israel, segue o impasse para a formação de governo pós-eleições. A Lista Conjunta, coalizão que reuniu partidos árabes e conquistou 13 assentos no parlamento, anunciou que apoia o ex-general Benny Gantz para assumir o governo. Com esse apoio, Gantz passa a ter um bloco de 57 cadeiras, enquanto Netanyahu possui um de 55 assentos. São necessários 61 para formar governo. - Começou no final de semana e deve ir até esta quarta (25) o Congresso dos Trabalhistas no Reino Unido. São 1.200 delegados reunidos para debaterem vários temas, entre os quais o mais sensível é o do Brexit. - A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michele Bachelet, deu entrevista para uma TV chilena e disse, entre outras coisas, que “a redução do espaço democrático não acontece apenas no Brasil” e que “a verdade é que me dá pena pelo Brasil”, em referência aos ataques desferidos contra ela e seu pai por parte do presidente Bolsonaro.

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