Edição da “The Economist” dedicada ao desmatamento na Amazônia repercute no mundo

Ana Prestes: “O ritmo da perda da área verde esteve em queda entre 2004 e 2012, período que compreende o governo Lula e o princípio do governo Dilma”

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- O mundo acordou nesta sexta-feira (2) com mais tarifas de Trump sobre os chineses. As bolsas ficaram instáveis e com fortes quedas. Em Hong Kong e Japão, por exemplo, caíram mais de 2%. O presidente norte-americano resolveu tarifar em 10% cerca de 300 bilhões em produtos chineses a partir de 1º de setembro. A notícias foi dada como inesperada. O anúncio veio após mais uma rodada de negociações em Shangai entre os dois países, inclusive com o agendamento de uma nova rodada para setembro. A moeda chinesa, Yuan, chegou a cair para seu nível mais baixo em relação ao dólar desde dezembro. - Teve muita repercussão, nesta quinta (1) no Brasil, a nova edição da revista “The Economist”, inteiramente dedicada à Amazônia. A revista traz praticamente um dossiê recheado de dados, dizendo que desde os anos 1970 uma área do tamanho da Turquia foi desmatada na Amazônia, que a temperatura local aumentou 0,6?C e que o ritmo da perda da área verde esteve em queda entre 2004 e 2012, período que compreende o governo Lula e o princípio do governo Dilma. Com Bolsonaro, em 2019, provavelmente o recorde de desmatamento será batido, diz a revista. Desde janeiro, já são 4.300 km2 desmatados. A revista alerta que há risco e colapso da floresta, caso a perda de árvores chegue ao ponto de não conseguir manter mais a irrigação da própria mata. (Com informações do Meio). Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. - Ainda sobre a “The Economist” – especial Amazônia – a revista pede um boicote a produtos brasileiros produzidos na região desmatada e convoca União Europeia e China para contingenciar acordos comerciais aos cuidados brasileiros com a floresta. Outros veículos, o “The Guardian” e o “The New York Times”, já haviam publicado editoriais sobre o tema no último domingo (28). O jornal inglês afirma, em seu texto, que o mundo deveria doar mais dinheiro para a preservação da Amazônia e pede à União Europeia maior pressão comercial sobre o Brasil. O jornal norte-americano alerta para a redução em 20% da verba para o combate ao desmatamento do governo Bolsonaro. (Com informações do Meio). - A crise no Paraguai parece ter arrefecido. Nota-se que não houve expressivas manifestações populares nas ruas de Assunção pela queda do presidente, a crise ficou encerrada em gabinetes. Em uma “Acta Bilateral” entre as Altas Partes Contratantes do Tratado de Itaipu, assinada nesta quinta (1) entre Brasil e Paraguai, ficou estabelecido que “La Alta Parte Contratante paraguaya comunico su decisión unilateral y soberana de dejar sin efecto el Acta Bilateral de 24 de mayo de 2019”. Significa que o Paraguai declina do acordo estabelecido em maio com o Brasil e que quase custou a cabeça de Marito. - Além de desmarcar encontro com o ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, que estava no Brasil esta semana, Bolsonaro criticou o chanceler por manter encontros com ONGs no Brasil. A audiência entre os dois seria na segunda (29), mas foi cancelada com horas de antecedência. Ernesto Araújo justificou o cancelamento por questão de “agenda do presidente”, mas este fez uma “live” cortando o cabelo ao “estilo Hitler”, justamente no momento em que se daria o “rendez-vous”. Inclusive, o caso foi motivo de matéria do “Le Monde”, com o título: “Por um corte de cabelo, Jair Bolsonaro cancela encontro com Jean-Yves Le Drian”. No interior da matéria está escrito: “Ao invés da diplomacia, Jair Bolsonaro prefere a provocação, mas evita o confronto direto, privilegiando a humilhação do adversário”. - Em Moçambique, as adversárias Frelimo e Renamo, inimigas desde a guerra civil, que terminou em 1992, assinaram um acordo para encerrar, formalmente, décadas de hostilidades no país. Os representantes do histórico acordo são Filipe Nyusi, presidente do país, e Ossufo Momade, líder da Renamo. Segundo a imprensa, 5,2 mil guerrilheiros estão entregando as armas e cerca de 800 vão deixar o acampamento de Monte Gorongosa. Está no texto do acordo a anistia para combatentes e a eleição de governadores, no lugar das atuais nomeações. O acordo foi assinado no parque Gorongosa, local onde a guerra começou, montanha localizada no centro de Moçambique. Fundada em 1962, a Frelimo governa o país desde 1975, ano da independência de Moçambique. O primeiro presidente foi o socialista Samora Machel, “o pai da Nação”. A Renamo também foi criada em 1975 como uma organização anticomunista. - Trump ofereceu ajuda a Putin no caso dos incêndios incontroláveis da Sibéria. Os incêndios florestais já atingiriam cerca de 3 milhões de hectares de florestas e, pelo menos, quatro regiões já foram declaradas em estado de emergência: Irkutsk, Sakha, Buriácia e Krasnoyarsk. - Rafael Correa obteve uma vitória, nesta quinta (1), no parlamento equatoriano. Foi considerado, por 78 votos, improcedente a solicitação da juíza Daniella Camacho de indiciamento do presidente.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.