Golpistas, não comparem a prisão de Temer com a de Lula!

Em novo artigo, Raphael Fagundes afirma: “Lula foi preso em período eleitoral liderando as pesquisas de intenção de voto; já Temer é peso morto na política atual, ou melhor, serve para criar essa comparação esdrúxula”

Foto: Agência Brasil
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A prisão de Temer tem várias finalidades políticas. Primeiro quer desviar o foco da Previdência dos militares, cheia de regalias. Uma agressão aos trabalhadores civis, que mais fazem por este país. Outra é a questão da greve desta sexta (22). A Lava Jato reconquista seu prestígio popular e as pessoas podem desacreditar que a perseguição política contra Lula é um discurso infundado, sustentado pela esquerda. A ideia de que há um combate à corrupção pode fazer crer que o governo está fazendo o que é certo. As bandeiras Lula Livre se dispersarão na greve de amanhã? A Reforma da Previdência deve ser a pauta principal seguida da venda do país. A idiotice de comparar a prisão de Lula com a de Temer, argumentando de que não há uma perseguição política contra o ex-presidente Lula foi cometida por Merval Pereira, principal porta-voz dos interesses da Globo. Lula foi preso em período eleitoral liderando as pesquisas de intenção de voto; já Temer é peso morto na política atual, ou melhor, serve para criar essa comparação esdrúxula similar àquela que afirma que quem votou na Dilma votou em Temer. Temer cumpriu o seu papel de golpista (e muito bem, diga-se de passagem): levar para o governo o projeto de nação entreguista e privatista. O fantasma de Temer sempre assombrará o PT, legitimando o golpe por muitos anos no imaginário político popular. Serve de lição para a esquerda refletir quanto às suas coligações. Contudo, sempre será necessário fazer uma nota de esclarecimento quando esse mecanismo retórico, esse lugar comum, for resgatado pelo discurso golpista que elegeu Bolsonaro e que conduz a Reforma da Previdência. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.

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