A verborreia sobre lealdade e disciplina disparada por Jair Bolsonaro àqueles que por interesse, vaidade ou status aderiram ao seu governo começa a perder efeito entre seus comandados, que "descobriram" um capitão sem quepe e carapuça no Palácio do Planalto.
Bolsonaro prega algo que nunca fui - nem mesmo quando esteve nas Forças Armadas. E, nu diante da pandemia do coronavírus, faz com que suas atitudes de moleque o deixem falando cada vez mais às paredes e aos filhos, doutrinados na mesma ideologia fantasiosa defendida pelo capitão nos 27 anos de parlamento, onde construiu sua riqueza e seu personagem.
Indigando, Sérgio Moro desembarcou das ideias napoleônicas de Bolsonaro frente à pandemia em entrevista à CNN Brasil, dizendo que cabe a Luiz Henrique Mandetta, do DEM, comandar a política de combate à Covid-19.
Moro segue a mesma linha de Paulo Guedes, que no domingo (29) em videconferência promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), disse que "como economista, gostaria que pudéssemos retomar a produção. Eu, como cidadão, ao contrário, aí já quero ficar em casa”, sinalizando que segue as orientações de Mandetta.
Segundo a Folha de S.Paulo, a avaliação feita pelo convicto ex-juiz da Lava Jato a aliados é a de que o presidente está descontrolado, deixando aflorar sentimentos de raiva de supostos inimigos. O que, convenhamos, Bolsonaro fez a vida inteira.
Moro, com sua popularidade ainda remanescente de ex-juiz da Lava Jato, deve colocar o presidente definitivamente em isolamento em um bloco de oposição dentro de seu próprio governo, trancafiado em sua própria histeria.
Políticos, que se proclamam e são adulados como "técnicos" por parte da mídia, Moro, Mandetta e Guedes, juntos com o vice, general Hamilton Mourão - do PRTB, de Levy Fidélix - formam o quarteto de cavaleiros do Apocalipse do governo Bolsonaro.
Bolsonaro será deposto do poder pelo mesmo motivo que chegou até ele: sua própria insanidade.