Mídia gorda: Não adianta chorar depois pelo leite condensado derramado

Não há dúvida que o esquema "laranja", usado há décadas pelo clã Bolsonaro e comumente repetido entre os que fazem "negócios" com a caserna, também se encontra nos fornecedores que se lambuzam vendendo as gulodices ao governo do capitão fake

Jair Bolsonaro e o leite condensado (Reprodução/Rede Brasil Atual)
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Mesmo diante de tamanha repercussão nas redes sociais e na web, que levou à esfarrapada desculpa da Controladoria-Geral da União (CGU) de "excesso de acessos" para justificar a queda do portal da Transparência durante a madrugada desta quarta-feira (27), a mídia liberal - ou mídia gorda, como gostava de classificar o saudoso Sérgio de Souza, na Caros Amigos - resiste em entrar na pauta.

Explico: Globo, Folha, Estadão e as famílias e grupos que os controlam têm um pacto de não repercutir - ou segurar ao máximo a repercussão - assuntos que não sejam considerados "furos" da oligarquia midíatica que compõem.

E tem mais: quem já passou por redações dos jornalões e emissoras sabe que a ordem é ignorar ao máximo tudo o que vem da mídia progressista.

Carta Capital e os "blogs sujos" de José Serra - dos quais essa Fórum orgulhosamente faz parte - devem ser marginalizados. Como se só aquilo que as famílias frias, Marinho, Mesquita e os grupos que representam selecionam como pauta fossem "jornalismo imparcial" e devem ser explorados ao máximo.

De modo inverso ao que ocorre hoje foi feito com o "triplex do Lula". "Furo" do Globo que iniciou um linchamento histórico, em parceria com a Lava Jato, nunca antes visto na história deste país em cima de versões fictícias para suprimir os fatos. Deu no que deu. E o resultado pode ser visto hoje lá dentro do Palácio do Planalto.

O escândalo do leite condensado, de longe, é um dos mais insignificantes em um governo que, por meio de uma política genocida, vai matar até a próxima sexta-feira (29) mais de 220 mil brasileiros.

No entanto, é pelo escárnio de se tratar com milhões gastos em leite condensando, bombom e chiclete a elite funesta - incluindo a militar - que esse escândalo deve ser levado às ultimas consequências.

E não há dúvida que o esquema "laranja", usado há décadas pelo clã Bolsonaro e comumente repetido entre os que fazem "negócios" com a caserna, também se encontra nos fornecedores que se lambuzam vendendo as gulodices ao governo do capitão fake.

Ao dar de ombras nesta história, a mídia gorda mostra sua sanha em insistir num governo protofacista para se empanturrar com as políticas neoliberais prometidas e, em parte, entregues mesmo diante da maior pandemia já vivida no país. Mesmo sob o risco de ser engolida.

Caso isso ocorra, não adiantará, em um futuro próximo, chorar pelo leite condensado derramado.