O Tribunal de Manaus: Bolsonaro será julgado e preso – Por Julian Rodrigues

Depois de derrotar os neofascistas, faremos nosso próprio Tribunal de Nuremberg: haverá justiça de transição e punição aos genocidas

Foto: Prefeitura Municipal de Manaus
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A cúpula dirigente nazista foi julgada em um tribunal especial, entre novembro de 1945 e outubro de 1946, no Palácio da Justiça de Nuremberg, na Alemanha. Se estabeleceu ali o conceito de crimes contra a humanidade.

 Avançamos muito desde então. A luta internacional pelos direitos humanos conquistou marcos importantes, mesmo nesse mundo capitalista dominado pelo imperialismo estadunidense.

Na América Latina a justiça de transição virou realidade. Militares (chefes das ditaduras, torturadores) foram julgados, condenados e presos - no Chile, na Argentina e no Uruguai. Pagaram pelos crimes que cometeram nos anos 1970 e 1980 - ao liderar regimes autoritários.

No Brasil, a lei de anistia garantiu a impunidade dos milicos. Nenhum governo pós-Constituição de 1988 enfrentou o problema do direito à memória, verdade e justiça. Dilma “irritou” a cúpula das Forças Armadas somente por ter instituído a Comissão da Verdade. Ao não enfrentar os fardados, pagamos alto preço - eles patrocinaram um golpe de novo tipo em 2016 - e são, hoje, a base do governo neofascista de Bolsonaro.

Esse erro não se repetirá. Os setores progressistas agora sabem que é necessário acertar as contas com a História.

Bolsonaro não é incompetente ou algo assim. Seu governo adotou uma estratégia institucional de propagação do coronavírus, já há estudos científicos que descrevem minuciosamente essa política de morte.

Os 365 mil mortos em meados de abril de 2021 projetam 500 mil óbitos em junho. É a maior tragédia da nossa História. Nunca tantas pessoas morreram em tão pouco tempo. Nunca tantos brasileiros e brasileiras ficaram sem emprego ou renda - e sem comida na mesa.

O nome disso é, sim, genocídio (extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso; destruição de populações ou povos).

Bolsonaro é um genocida. Um criminoso. Ele comanda uma guerra deliberada contra o povo brasileiro.

O pós-bolsonarismo: Tribunal de Manaus

O Brasil derrotará Bolsonaro. E não vai demorar.

Nós superaremos esses tempos de morte. Senão agora em 2021, mas com certeza nas eleições de 2022, com Lula a comandar um amplo movimento de reconstrução nacional...

Mas será preciso fazer justiça depois.  Sem “passar pano” para fascista, milico ou pastor.

Vai ter JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO, sim!

O país vai investigar, responsabilizar e punir cada responsável pelo morticínio. Com todo apoio dos setores democráticos do mundo inteiro.

Não vai ser só Bolsonaro, não (genocida-mor). Os ministros do fascista, destaque para o Pazuello, médicos que receitaram vermífugo (e os conselhos de medicina que nada falaram), os governadores e prefeitos negacionistas: vai ter investigação.

Tudo deve ser passado a limpo.

Derrotado o neofascismo será o momento de instituir o Tribunal de Manaus.

Investigar, julgar e punir cada um dos responsáveis pelo genocídio. Bolsonaro e seus comparsas serão execrados, desmoralizados, repudiados - ficarão presos até seus últimos dias na Terra.

É o mínimo que a gente pode fazer para honrar a memória dos nossos pais, mães, tias, primos, amigos, colegas, companheiros e companheiras que morreram muito antes da hora.

Esse cheiro de morte que nos ronda e abate a gente transmuta em raiva - em ódio contra os fascistas. Assim sobrevivemos e homenageamos quem se foi.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.

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