Parabéns, São Paulo! Parabéns, Haddad! – Por Alexandre Padilha

São Paulo e Fernando Haddad comemoram juntos, hoje, uma trajetória comum entrelaçada de sonhos que se tornaram realidade

Fernando Haddad e Alexandre Padilha (Foto: Reprodução/ Facebook Padilha)
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Tenho para mim que coincidências não existem... Quis o destino, a vida e os caminhos que no mesmo dia celebrássemos o aniversário de Fernando Haddad e da cidade de São Paulo.

São Paulo é uma cidade impressionante, capital de nosso estado. Diariamente nos provoca, indigna, contagia e comove.

Atualmente, por aqui, infelizmente, encontramos nas ruas, nos bairros e nas comunidades mais motivos para revolta que para o festejo. São milhares em situação de rua, milhões em insegurança alimentar, famílias e mais famílias na fome, como não víamos “na outra década”.

Tem uma opinião circulante, quase uma profecia autorrealizável, de que São Paulo é um “estado conservador”. Não concordo com esta tese. A elite paulista, os poderosos e os super-ricos que aqui vivem é quem são a âncora do conservadorismo que enfrentamos.

Mas o povo paulista, não! Precisamos lembrar, no entanto, que a história do estado de São Paulo não é apenas a dos que ocupam o Palácio dos Bandeirantes, mas das milhares de lutas sociais, insurgências e enfrentamentos que o povo trabalhador de São Paulo fez por suas próprias mãos.

É verdade que algumas trajetórias não viraram estátuas; que algumas histórias não se veem em monumentos, que parte da vida do nosso povo quase nunca está em nossos museus... Mas não há nada que nos impeça de tudo isso um dia mudar.

Ou também não é São Paulo que viu acontecer em 1917, em um especial dia de 9 de julho, a primeira Greve Geral no Brasil? São Paulo da Semana de Arte Moderna à erupção do Hip Hop com Racionais no fim dos anos 80 cantando por milhões de nossas periferias.

Da oposição sindical ao nascimento do novo sindicalismo, dos clubes de mães e da luta contra a carestia à organização dos movimentos sociais. Da cidade que viu de perto a luta contra da ditadura. Que viu os estudantes marcharem em 68 e dez anos depois o movimento negro unificado nas escadarias de seu principal teatro.

São Paulo também é aquela do movimento popular de saúde – organizado majoritariamente por mulheres – e que construiu o SUS que nós tanto nos orgulhamos. É a cidade que elegeu Erundina, Marta e Haddad. É a capital do estado que votou majoritariamente no Lula em 2002 e que está dizendo por aí que quer ele de novo!

Como falar daqui e esquecer de nós, aqueles que sonham e resistem?

Não é possível apagar estas trajetórias. Assim como não é possível impedir que novos personagens entrem em cena, mudando o roteiro e o enredo da peça que já não empolga mais ninguém.

São Paulo também tem dessas. Tem o brilho nos olhos do inesperado e do surpreendente. A convicção de que faz melhor quem faz diferente. E isto eu pude ver de perto, acompanhando a trajetória do outro aniversariante, o paulistano Fernando Haddad.

Tenho um enorme orgulho de ser seu companheiro e de ter sido secretário de saúde do seu governo. Sei o que fizemos juntos e do que Haddad é capaz de fazer. Estive com ele em algumas das mais de cinquenta cidades paulistas que Haddad percorreu este ano, com o brilho nos olhos de ouvir de perto a São Paulo que ainda não ocupou o lugar que é seu por direito.

Haddad tem tudo a ver com a história das lutas desta cidade e deste estado. Isto se transformou nos mais bonitos relatos que nossa política já proporcionou: as vagas do Prouni e do Fies que aqui tivemos, os Institutos Federais que surgiram pelo interior, a universidade federal do ABC e a expansão das demais, e o impacto do Fundeb em nossas escolas... O estado com o maior número de trabalhadores da educação do Brasil tem a sua realidade marcada pela política deste professor.

São Paulo e Haddad comemoram juntos, hoje, uma trajetória comum entrelaçada de sonhos que se tornaram realidade.

É fruto disto a conquisto do Transcidadania, do De Braços Abertos, da Rede Hora Certa, da abertura do primeiro hospital municipal em dez anos (o Santa Catarina), da iniciativa em construir os hospitais de Parelheiros e da Brasilândia, da ampliação dos Consultórios na Rua, da Política Municipal de Atenção à Saúde Integral da Pop. LGBT, da redução de mortes no trânsito, dos centros de parto normal, da criação da carreira das obstetrizes, das ciclovias e faixas exclusivas de ônibus, da Paulista Aberta e de centenas de outras histórias que falam sobre nós diariamente.

Estas histórias, nascidas das inúmeras lutas, fazem deste 25 de janeiro um dia para renovar a esperança. Principalmente, para nós que acreditamos que seus personagens – outrora esquecidos no fundo do palco - não vieram para ser coadjuvantes.

Quis o destino juntar tudo isto... Apenas uma prévia do que veremos neste ano de 2022.

Parabéns, Haddad! Parabéns, São Paulo!

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.