Pastores indesculpáveis – Por pastor Zé Barbosa Jr

Padres, pastores, médiuns e outras lideranças que insistem no bolsonarismo são, inequivocadamente, representantes do que há de pior em suas religiões. Quem dera fossem cegos guiando cegos, mas não são

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Não há mais como “passar pano”. Na verdade nunca houve, mas alguns ainda tentavam aliviar a barra de líderes religiosos que apoiam Bolsonaro, muitas vezes alegando um certo desconhecimento ou até mesmo o famigerado (e, para mim, uma superarticulação da direita) “antipetismo”.

Mas o tempo passou e ficou evidente o que sempre foi: um projeto de poder e de imposição do pensar religioso desses falsos líderes sobre o povo brasileiro. Uma hegemonia conquistada na marra, de cima para baixo, daí cair como uma luva o slogan “Deus acima de todos”. Nunca foi pelo povo, sempre foi pelo poder. Pastores e padres que apoiam Bolsonaro são, portanto, indesculpáveis. O caminho do perdão, caso haja arrependimento, há de passar pela confissão pública. Caso contrário, esqueça!

Impossível conciliar o Evangelho do Cristo com a barbárie do falso messias Jair. Os absurdos, a violência, a mentira descabida e celebrada, a cultura do ódio e a total insensibilidade diante de tantas mortes e de um país à beira da miséria não deixam nem um pequeno vislumbre de “luz no fim do túnel” ou até mesmo de uma centelha de humanidade onde esses líderes possam se agarrar. O projeto do atual presidente é perverso, sórdido, ganancioso, violento e essencialmente mau. Não há para onde fugir.

Padres, pastores, médiuns e outras lideranças que insistem no bolsonarismo são, inequivocadamente, representantes do que há de pior em suas religiões. Quem dera fossem cegos guiando cegos, mas não são. São homens e mulheres perversos e pervertidos, que enxergam muito bem a situação e tomaram posição diante disso. Cegos ainda são alguns de seus seguidores. Mas não nos enganemos, muitos desses seguidores são tão levianos quanto seus líderes, daí a identificação total, o aparelhamento pleno, a vil comunhão.

Já não creio mais no arrependimento da maioria deles. São seres pérfidos que têm como obsessão na vida o poder, o status, e a conta repleta de dólares nos únicos paraísos que lhes interessam: os fiscais. São covardes que fazem do discurso religioso (que deveria sempre primar pela autonomia e liberdade do ser) para enriquecerem, construir impérios e celebrarem a si mesmos. O deus deles, numa linguagem bíblica, é o próprio ventre.

Mas eles também sabem, ainda que a contragosto, que seus dias não serão eternos. Sabem que sua maldade em algum momento será exposta e a retribuição virá. Ninguém passará incólume. Seus nomes ocuparão as páginas mais infelizes de nossa memória. Serão lembrados como falsos profetas, vendilhões da fé, lobos devoradores, espíritos inferiores.

Estarão para sempre no esgoto da história! Amém!

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.