PNAD: Taxa de desemprego entre os jovens é recorde

Desemprego recorde no Brasil afeta ainda mais os jovens: o índice de desocupados entre os jovens é mais que o dobro da média nacional

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Desde a reforma trabalhista, que atacou direitos destruindo a CLT, os postos de trabalho formais no Brasil vem decrescendo. Contrariando as promessas do golpista Temer, do Centrão no Congresso e da mídia financista que argumentavam que retirar direitos ampliaria a oferta de trabalho.

No governo Bolsonaro a economia entra em depressão, sem políticas púbicas de geração de emprego. A pandemia veio para agravar ainda mais a situação dos trabalhadores brasileiros.

Mês após mês os índices de desemprego e desalentados só crescem. Neste 3° trimestre o Brasil perdeu 790 mil postos de trabalho de acordo com os dados da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD). O número recorde de desempregados no país chegou a 14,6%.

Entre os jovens na faixa de 18 a 24 anos o índice já é mais do que o dobro da média nacional: 31,4%. Mais de um terço da juventude trabalhadora está sem serviço. Na faixa etária de 14 a 17 anos, jovens que podem trabalhar sob condições específicas, como é o caso do menor aprendiz, a taxa de desemprego do trimestre de julho a setembro foi maior ainda (44,2%).

As previsões da própria equipe econômica do governo Bolsonaro é de que chegaremos a 18% de desempregados em 2021. Serão quase 20 milhões de brasileiras e brasileiros sem trabalho no próximo ano, sem auxílio emergencial, que já foi reduzido pela metade, e cujo fim está previsto para este mês.

Para piorar, o Brasil não conta com perspectiva de vacina contra a Covid-19 tão cedo, já que não há sequer ministro da Saúde, quem dirá um plano de vacinação em massa. São perspectivas muito sombrias.

Outros dados do 3º trimestre de 2020 da PNAD asustam. O contingente de ocupados reduziu para 82,5 milhões de pessoas. Ou seja, num país de 212 milhões de habitantes nem metade da população está ativa, produzindo, gerando riquezas.

As mulheres continuam mais desempregadas que a média nacional: 16,8%. A informalidade atinge 31,6 milhões de pessoas.

Há também desigualdades entre os estados: a taxa de subutilização é maior em Alagoas (49,3%), Maranhão (47,1%) e Sergipe (46,3%) e a de desocupados subiu em 10 estados:  a Bahia teve a maior taxa (20,7%) e Santa Catarina (6,6%), a menor.

É urgente o desenvolvimento de políticas públicas de geração de emprego

Qual a proposta de Guedes para o caos social instalado e que será agravado ano que vem? Retirar mais direitos com a carteira verde-amarela, precarizar ainda mais as condições de trabalho dos trabalhadores precarizados.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que a pandemia terá efeitos catastróficos na juventude. A entidade fala em “geração perdida”. Os que estão entrando no mercado de trabalho vão ingressar em condição muito precária e fragilizada, ainda mais porque muitos estão fora da escola e não têm mais oportunidade de estudar. “É um segmento da população que foi atingido de forma contundente”, explica Adriana Marcolino, técnica da subseção do Dieese da CUT.

O líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR) aponta a omissão de políticas públicas que gere emprego, empresários que aumentam os preços e questiona: “O que explica uma inflação de 3,54% em meio à uma retração econômica de 4,5% do PIB, quando o desemprego dispara e as famílias consomem menos?”

Com informações do IBGE e PT