Premiados e Repescagem da 45ª Mostra Internacional de Cinema de SP – Por Filippo Pitanga

Confira os filmes premiados na Mostra e quais serão reprisados até domingo dia 07 de novembro, bem como um balanço crítico com destaque para “Bergman Island”, “Lamb” e “Roda do Destino"

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Com o encerramento oficial da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo na noite desta quarta-feira, 03 de novembro, ainda assim se torna possível ver alguns dos melhores exemplares reprisados online na Mostra Play com a famosa e tradicional repescagem que prolonga o Festival em quase uma semana a mais. Confira logo abaixo os premiados, além dos 85 longas-metragens que ganharão mais uma chance de ser vistos (lista completa ao final).

O importante Prêmio Leon Cakoff, que leva o nome do fundador da Mostra, e entregue por reconhecimento de carreira, foi entregue à atriz, diretora e produtora baiana Helena Ignez. A icônica mestra é nome imprescindível e formador da sétima arte moderna brasileira, como a conhecemos hoje, desde o Cinema Novo ao Cinema de Invenção, se renovando também com a Retomada e continuando a revolucionar ainda hoje. A solenidade foi apresentada por Renata de Almeida, diretora da Mostra, e por Serginho Groisman, contando com a presença dos brasileiros premiados e de personalidades do meio cultural.

Os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri formado por Beatriz Seigner, Carla Caffé e Joel Zito Araújo, que escolheu Clara Sola como melhor filme, Wendy Chinchilla Araya (Clara Sola) como melhor atriz e Yuriy Borisov (Compartment nº 6) como melhor ator, além de premiarem com Menção Honrosa Pequena Palestina, Diário de um Cerco . Outras obras foram escolhidas pelo público e pela crítica brasileira.

público da 45ª Mostra escolheu, entre os estrangeiros, Onoda - 10 Mil Noites na Selva , como melhor filme de ficção, e Summer of Soul (...ou, Quando a Revolução Não Pôde ser Televisionada) , como melhor documentário. Entre os brasileiros, O Melhor Lugar do Mundo É Agora foi o melhor documentário e Urubus recebeu o prêmio de melhor ficção.

A imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica, também participou da premiação elegendo URUBUS como o melhor filme brasileiro e O Compromisso de Hasan como o melhor estrangeiro.

A Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação que escolheu o melhor filme brasileiro entre os realizados por diretores estreantes. Neste ano, o eleito foi o longa A Felicidade das Coisas , de Thais Fujinagua.

Agora, vamos fazer um pequeno balanço de outros destaques da Mostra com pequenas críticas sem spoiler para que os leitores possam se encontrar entre tantas opções.

Comecemos pelo badalado “Bergman Island” de Mia Hansen-Løve, diretora de cults maravilhosos como “O Pai dos Meus Filhos” (2009) e “O Que Está Por Vir” (2016). Teremos de retroceder alguns passos para fazer algo um pouco incomum nas críticas desta coluna, que é falar algo da vida pessoal de cineastas... Isso porque outro igualmente famoso cineasta francês, Olivier Assayas (“Acima das Nuvens” de 2014 etc), de fato é o pai de seus filhos, e esta longa relação de idas e vindas costuma ser metaforizada na tela dos filmes de Hansen-Løve. Definitivamente, esta não é uma informação sem repercussões importantes em seus trabalhos.

E, desta vez, a cineasta subiu mais um passo na metalinguagem de parafrasear suas próprias vidas: como o título já indica, um casal de cineastas, que é fã do mestre Ingmar Bergman, viaja para a Ilha de Faro, a qual serviu de lar para o diretor sueco por quase toda a vida dele. Muitos turistas fãs da sétima arte buscam este exótico destino de viagem para tentar beber da fonte das mesmas referências que alimentaram o saudoso e consagrado ícone histórico.

Portanto, vale lembrar que as analogias de Mia com a realidade são meras licenças poéticas, não podendo se levar ao pé da letra o quanto dali é realidade de fato em sua vida pessoal – mas evidente que faz parte de suas produções o charme de procurar por cada um desses detalhes... Aliás, por falar nos produtores do filme, destaca-se a presença de nosso brasileiro de parcerias internacionais, Rodrigo Teixeira, com sua RT Ffeatures, que concorreu em Cannes este ano pela Palma de Ouro com esta obra.

Apesar de falar de um dos maiores nomes da história do cinema, cozinhando em banho Maria os nomes de Assayas e Bergman junto ao da própria diretora com inúmeras citações à vida real, ainda assim o roteiro dela não deixa de ser despretensioso. E, talvez, seja exatamente aí que o filme cresça. Despido de petulância típica da cinefilia dos seguidores bergmanianos, acompanhamos 2 casais, numa história dentro da outra, que alça de maneira bastante fluida um metacinema. Parece megalomaníaco, no entanto, o lirismo da paisagem e a mise-en-scène concentrada no aqui e agora, só com algumas montagens cruzadas entre tempos diferentes, não deixam a obra tirar os pés bem firmes do chão e surtar.

Sem estragar nenhuma surpresa, vale dizer que se estamos lidando com dois cineastas, é evidente que iremos ver seus filmes ocuparem a tela uma hora ou outra, de forma enunciada e confessa ou não. E isso é muito bem aplicado, pois consegue prender a atenção do espectador pelas histórias amorosas para além do evidente carisma de fazer um passeio inédito para muita gente pelas influências de Bergman (o que já seria o suficiente para muito “fã-nático” assistir). O mais interessante mesmo é quando as histórias se misturam, até não se saber onde começa uma e termina a outra, com um bonito final sutil que ainda pode ser interpretado como aberto, caso não saibamos o destino do cruzamento da realidade com a ficção.

Outro destaque, e com selo internacional de qualidade da A24, é o exótico “Lamb”, longa de estréia na direção de Valdimar Jóhannsson, e produzido pelo mestre húngaro Béla Tarr (“Satantango”, 1994) e pela estrela exportada que já atuou até em Hollywood Noomi Rapace (“Prometheus”, 2012), que também protagoniza essa trama. Acompanhamos um casal de fazendeiros que cria ovelhas em montanhas idílicas cobertas de névoas como num campo de sonhos. Tudo é bastante onírico neste aparentemente simplório arcabouço, mas qualquer coisa pode soar como spoiler aqui.

Basta dizer que o casal passa por um profundo luto de alguma perda do passado, e começa a projetar este vazio a ser preenchido no trabalho e nas criaturas de que cuidam... Estariam imaginando coisas? Logo de plano, para quem não esperaria necessariamente um projeto com toques de fantástico para o típico cinema mais sisudo do leste europeu e Bálcãs, pense na experimentação da filmografia de nomes como Jan Svankmajer, revolucionário da Nouvelle Vague Tcheca ao lado de Vera Chytilová, e filmes como “Otesánek” (2000), onde uma jovem mulher enlutada adotava um galho de árvore como filho (tipo um ‘Groot’ de “Guardiões da Galáxia”)... até que o galho daria mais trabalho do que o esperado. Tudo projeção do vazio e da angústia por preenchê-lo.

Há um desenvolvimento interessante de personagens entre o casal principal e a dinâmica minimalista de algumas personagens extras, como se inserindo pólvora numa fusão explosiva, mas que prioriza a implosão do que externar os problemas. É tudo bastante sóbrio e introvertido, quase sem diálogos, o que aproxima mais os humanos de animais irracionais do que o inverso, de modo a avaliar também o criador, e não só a criatura.

Ainda mais se tratando de produção islandesa, cujo mote costuma ser pesadas questões amorais por trás da cortina de hipocrisia formal – vide outros exemplares islandeses contemporâneos do naipe de “A Ovelha Negra” e “Pardais” (ambos de 2015), lidando com traumas pesadíssimos de que ninguém pode sequer falar, e o silêncio cria monstros psicológicos por sob todas aquelas camadas de gelo.

Aqui, Noomi dá uma aula performática de expressões e gestos simbólicos de todos os seus pensamentos que ocorrem sob uma rotina em que aparentemente nada acontece. Mesmo com boa dinâmica entre o marido e o cunhado em cena, é ela quem rouba o show. Especialmente nos contrastes da montagem de Agnieszka Glinska: planos extremamente abertos daquela região rochosa, e pastos encravados entre vales, contrapostos com planos em close no rosto de Rapace, cheio de olhares sugestivos, e complementado por suas sardas – as quais foram destacadas como algo angelicalmente ambíguo pela fotografia de Eli Arenson.

Sem falar na grande equipe de efeitos especiais, cujas sutilezas demoram a aparecer pelas reviravoltas que não serão aqui relatadas. O ritmo lento do desenvolvimento nos arcos narrativos fará sentido quando irromper a estranheza do que está sendo oculto pela trama. E a introspecção dá lugar ao surrealismo entre sonho e delírio, independente do final propositalmente anticlimático e compreensível para o objetivo do diretor. Esperem por esperar!

Por fim, mas não menos importante, vale ressaltar o feito histórico este ano do cineasta japonês Ryusuke Hamaguchi, que cravou exemplares em dois dos principais Festivais europeus, e saindo premiado em ambos, como “Drive My Car” com as láureas de roteiro, Fipresci e Júri Ecumênico em Cannes (ainda inédito no Brasil), bem como o belíssimo “Roda do Destino”, ganhador do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim 2021. E este último pôde ser encontrado na Mostra de SP.

Um primor de escrita, o filme faz exatamente o contrário do que costumamos aconselhar em aulas de roteiro, ou seja, usa e abusa dos diálogos e do relato para narrar coisas pregressas que não acontecem na tela, numa estrutura extremamente verborrágica e que teria de tudo para perder o espectador, mas que, aqui, funcionam à perfeição. Isso não quer dizer que filmes construídos inteiramente à base de palavras e mais palavras enunciadas a cada dois segundos na tela não possam funcionar, já que exemplares do porte da trilogia “Antes do Amanhecer” de Richard Linklater encantam públicos independente de falar pelos cotovelos.

A questão é como usar esse artifício para não entediar a platéia e ainda manter o mistério do não dito nas entrelinhas. Hamaguchi, diretor despontado com o novo milênio, já havia conseguido criar contradições muito bem tensionadas entre versões de pontos de vista diferentes, há de exemplo seu interessante trabalho anterior “Asako I & II” (2018), cujo título já diz muita coisa sobre esse jogo de espelhamentos.

Contudo, agora, ele cria uma casa de espelhos dentro da outra, com um longa-metragem antológico, dividido em três episódios independentes, com elenco, personagens e tramas diferentes. Ainda assim, há muitos diálogos, inversões e projeções nas relações humanas desta tríade dramatúrgica sobre impressões equivocadas e como nos reinventamos diariamente a partir de uma ficcionalização de nós mesmos.

São três histórias completamente diversas. Na primeira, vemos apenas 3 cenários predominantes entre 3 personagens, duas amigas dividindo o amor de um homem sem saber que é a mesma pessoa de quem estão falando. Simples, não? Um longo papo reto em plano-seqüência num táxi, que poderia ser super cansativo, mas se torna até excitante pela expectativa de saber mais sobre aquilo. Ao mesmo tempo, começa a se construir uma personagem deliciosamente maliciosa entre os três, com muitas segundas intenções, nada fácil para uma atriz interpretar.

E, mesmo que seja um episódio sem maiores pretensões ou riscos, há muita verdade no jogo de dissabores, como contrapor um escritório a um café de rua, metáforas das relações de poder. A diferença no trabalho do diretor é nas tonalidades e decibéis com que uma história pode ser contada. Não é qualquer coisa falada do início ao fim que sempre pode parecer monocórdia, pois podem lhe contar uma história sussurrada, cantada, gritada ou mesmo inventada...

O segundo episódio é o mais erótico deles, e, mesmo assim, sem qualquer ato explícito, apenas de forma sugestiva. Tudo é narrado, nada mostrado, indo contrário ao típico poder do cinema. Neste, os riscos aumentam consideravelmente, e as personagens possuem muito mais a perder do que apenas um coração partido na relação hierárquica e ética entre professor e suas alunas. Costuma ser o favorito de muita gente, até pelo alto grau de sensualidade nas sutilezas entre palavras, evocando a uma cena que não aconteceu (puro poder dos artistas em cena e da imaginação da platéia).

No entanto, é no terceiro capítulo que aparece uma pequena obra-prima por si só. Algo do nível do sublime. Duas pessoas se encontram. Será que elas se lembram uma da outra? Teriam sido amigas de juventude? Saberiam segredos recíprocos que ninguém mais soubesse? Será que elas podem sempre ter se desejado ou a algo na vida da outra? E se o tempo apagasse esses rastros? Ou se a memória não fosse confiável e recriasse caminhos para reencontrar lembranças e lugares revisitados?

São tantas nuances deste derradeiro exemplar que é melhor não dizer mais nada, apenas que o presente é ficção para a metafísica, pois se fabrica a partir de invenções diárias e constantemente transformadas de nossas jornadas pregressas, podendo culminar em novas perspectivas. Quem diria? Que um roteiro tão falado e sem espaço para brechas ou silêncios poderia falar na verdade do vazio da existência que preenchemos com física quântica todos os dias, e cujos afetos imbuídos são nossa chave de salvação. Um lindo lembrete de que amar é preciso, nem que seja algo aflorado de novo a cada dia como um pôr do sol que muda de tonalidade a partir do ponto de referência.

Segue abaixo lista completa de Repescagem online na Mostra Play até 07/11:

18 KHZ (18 Kiloherz), de Farkhat Sharipov (Cazaquistão)

18½, de Dan Mirvish (EUA)

A Colheita do Trigo (The Wheat), de Yu-Qiang Tang (China)

A Garota e a Aranha (The Girl and the Spider), de Ramon Zurcher e Silvan Zurcher (Suíça)

Alta Demanda - A Vida e a Obra de Dani Karavan (High Maintenance - The Life and Work of Dani Karavan), de Barak Heymann (Israel, Polônia)

Amanhecer, de Dalibor Matani? (Croácia, Itália)

Anatomia, de Ola Jankowska (Polônia, França)

Ao Oriente (Al Oriente), de José María Avilés (Equador, Argentina)

Armugan (Armugán), de Jo Sol (Espanha)

As Bruxas do Oriente (The Witches of the Orient), de Julien Faraut (França)

Assim Como no Céu (As In Heaven), de Tea Lindeburg (Dinamarca)

Assim Queimamos (We Burn Like This), de Alana Waksman (EUA)

Atlântida (Atlantide), de Yuri Ancarani (Itália, França, EUA, Catar)

Atlas, de Niccolò Castelli (Suíça, Bélgica, Itália)

Ayar, de Floyd Russ (EUA)

Bantú Mama, de Ivan Herrera (República Dominicana)

Bi Aban (Without Aban), de Mehrdad Koroushnia (Irã)

Branco Puro (Pure White), de Necip Çaghan Özdemir (Turquia)

Brighton 4th, de Levan Koguashvili (Geórgia, Rússia, Bulgária, Mônaco, EUA)

Camila Sairá Esta Noite (Camila Saldrá Esta Noche), de Ines Barrionuevo (Argentina)

Coisas Verdadeiras (True Things), de Harry Wootliff (Reino Unido)

Dançarino Cubano (Cuban Dancer), de Roberto Salinas (Itália, Canadá, Chile)

Distrito Terminal (District Terminal), de Bardia Yadegari, Ehsan Mirhosseini (Irã, Alemanha)

Domando o Jardim (Taming the Garden), de Salomé Jashi (Suíça, Alemanha, Geórgia)

El Planeta, de Amalia Ulman (Espanha)

Eles Transportam a Morte (They Carry Death), de Helena Girón e Samuel M. Delgado (Espanha, França)

Entre Dois Crepúsculos (Between Two Downs), de Selman Nacar (Turquia, França, Romênia, Espanha)

Espírito Sagrado (The Sacred Spirit), de Chema García Ibarra (Espanha, França, Turquia)

Eu Era Um Homem Comum (I Was A Simple Man), de Christopher Makoto Yogi (EUA)

Eu Quero Falar sobre Duras (I Want To Talk About Duras), de Claire Simon (França)

Eu Vejo Você em Todos os Lugares (Forest: I See You Everywhere), de Bence Fliegauf (Hungria)

Fatores Humanos (Human Factors), de Ronny Trocker (Alemanha, Itália, Dinamarca)

Filho das Monarcas (Son of Monarchs), De Alexis Gambis (México, EUA)

Fim da Primavera (End of Spring) , de Jaicheng Zxai Dohutia (Índia, Alemanha)

Grand Cancan, de Mikhail Kosyrev-Nesterov (Rússia)

Higiene Social (Hygiène Sociale), de Denis Côté (Canadá)

Holgut, de Liesbeth De Ceulaer (Bélgica)

I Comete - Um Verão Na Córsega (I Comete - A Corsican Summer), de Pascal Tagnati (França)

Ilhas (Islands), de Martin Edralin (Canadá)

Imaculada (Imaculat), De Monica Stan, George Chiper-Lillemark (Romênia)

Intregalde (Întregalde), de Radu Muntean (Romênia)

Irmandade (Sisterhood), de Dina Duma (Macedõnia Do Norte, Kosovo, Montenegro)

Jane por Charlotte (Jane By Charlotte), de Charlotte Gainsbourg (França)

Laranjas Sangrentas (Oranges Sanguines), de Jean-Christophe Meurisse (França)

Lidando com a Morte (Dealing With Death), de Paul Sin Nam Rigter (Holanda)

Lua Azul (Blue Moon), de Alina Grigore (Romênia)

Luz Natural (Natural Light), de Dénes Nagy (Hungria, Letônia, França, Alemanha)

Madeira e Água (Wood and Water), de Jonas Bak (Alemanha, França)

Mateína - A Erva Perdida, de Joaquín Peñagaricano, Pablo Abdala (Uruguai, Brasil)

Minha Noite (My Night), de Antoinette Boulat (França)

Molodi, de Alexander Seliverstov (Rússia)

Momentum, de Edwin Charmillot (Suíça)

Mudança de Pensamento (Ichi Ichi Ichi), de Zora Rux (Alemanha)

Ninguém ao Norte (No One in the North) , de Zebin Zhang (China)

No Limite do Destino (Two on the Edge), de Yusuke Kitaguchi (Japão)

Nostromo, de Fisnik Maxville (Suíça)

O Atlas dos Pássaros (Bird Atlas), de Olmo Omerzu (República Tcheca)

O Cão que Não se Cala (The Dog who Wouldn’t Be Quiet), de Ana Katz (Argentina)

O Cego que Não Queria Ver o Titanic (The Blind Man who Did Not Want To See Titanic), de Teemu Nikki (Finlândia)

O Leopardo das Neves (The Velvet Queen), de Marie Amiguet (França)

O Mar à Frente (The Sea Ahead), de Ely Dagher (França, Líbano, Bélgica)

O Perfeito David (El Perfecto David), de Felipe Gómez Aparicio (Argentina, Uruguai)

O Ruído dos Motores (The Noise of Engines), de Philippe Gregoire (Canadá)

Olga, de Elie Grappe (Suíça, Ucrânia, França)

Os Anos 20 (Roaring 20’s), de Elisabeth Vogler (França)

Os Cães Não Dormiram Ontem à Noite (The Dogs Didn’t Sleep Last Night), de Ramin Rasouli (Afeganistão, Irã)

Os Intranquilos (The Restless), de Joachim Lafosse (Bélgica, Luxemburgo, França)

Os Inventados (Los Inventados), de Leo Basilico, Nicolás Longinotti, Pablo Rodríguez Pandolfi (Argentina)

Os Últimos Sobreviventes (The Last Ones), de Veiko Õunpuu (Finlândia, Estônia)

Pedregulhos (Pebbles), de P.S. Vinothraj (Índia)

Pequena Palestina, Diário de um Cerco (Little Palestine, Diary of a Siege), de Abdallah Al-Khatib (Líbano, França, Catar)

Primeiro Encontro (First Date), de Manuel Crosby, Darren Knapp (EUA)

Quando uma Fazenda se Incendeia (When a Farm Goes Aflame), de Jide Tom Akinleminu (Alemanha)

Quem Fomos (Who We Were), de Marc Bauder (Alemanha)

Radiografia de uma Família (Radiograph Of A Family), de Firouzeh Khosrovani  (Noruega, Irã, Suíça)

Regina, de Alessandro Grande (Itália)

Regresso a Reims (Fragmentos) (Retour à Reims (Fragments) ) , de Jean-Gabriel Périot (França)

Sexplicação (A Sexplanation), de Alex Liu (EUA)

Simon Chama, de Marta Sousa Ribeiro (Portugal)

Souad, de Ayten Amin (Egito, Tunísia, Alemanha)

Superiora (Superior), de Erin Vassilopoulos (EUA)

Três Irmãos (Brotherhood), de Francesco Montagner (República Tcheca, Itália):

Um Forte Clarão (Destello Bravío), de Ainhoa Rodríguez / ESPANHA

Vera Sonha com o Mar (Vera Dreams of the Sea), de Kaltrina Krasniqi (Kosovo, Macedônia do Norte, Albânia)

Yuni, de Kamila Andini (Indonésia, Singapura, França, Austrália)

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.