Sindsep: Reforma do Hospital do Servidor usa imigrantes e trabalhador que vive nas ruas e não paga direitos

Alexandre Lelis, que vive há 5 anos em situação de rua denuncia que sofreu agressão no ambiente de trabalho, foi demitido em dezembro, e não recebeu seus direitos.

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Em sua página do Facebook, o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo- Sindsep denuncia uma série de irregularidades que estão ocorrendo na reforma do Hospital do Servidor Público Municipal, sem que a contratante, a Prefeitura Municipal de São Paulo, tome qualquer medida para coibir os abusos e irregularidades.

Segundo dados da Prefeitura Municipal a obra foi orçada no valor de 9 milhões e deveria ser executada no prazo de um ano. Os recursos foram obtidos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento- BID. A Construtora executora da obra e alvo das denúncias dos operários e do Sindsep é a Bellacon.

O Sindicato aponta a falta de segurança tanto para os trabalhadores que fazem a reforma como para a população atendida; a falta de transparência nos contratos; a baixa qualidade do serviço da reforma que já apresenta vários problemas até contratações precárias de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.

Jornadas exaustivas, sem almoço e sem pagamento dos direitos

Um dos casos é do operário Alexandre Lelis, que vive há 5 anos em situação de rua. Na entrevista, ele denuncia que sofreu agressão no ambiente de trabalho, foi demitido em dezembro, após ser contratado em outubro, e não recebeu seus direitos.

Há ainda denúncias de contratação de trabalhadores imigrantes em situação análoga à escravidão. A maioria deles de haitianos, que ainda não dominam o nosso idioma e desconhecem os direitos e as medidas protetivas.

Não há respeito ao limite legal da jornada de trabalho. Os operários trabalham das 7 às 17 horas e vários operários da construção não almoçam, pois não tem dinheiro.

Há também altíssima rotatividade: há trabalhadores dispensados depois de 14 dias e sem receber qualquer pagamento.

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