Já existe votos para o impeachment. Já existem 15 crimes de responsabilidade para processar Bolsonaro. Também já há uma evidente rejeição ao presidente e uma constatação estridente de que ele não trabalha. Mas o que falta para emplacarem o impeachment de Jair Bolsonaro?
Agora, o que falta é oportunidade, e o momento certo para ser iniciada a remoção da “nova política” da política de verdade e garantir que não voltem. O Congresso sabe, não adianta tirar agora para a família e seus filhos celerados voltarem a causar problemas em 2022.
Também não dá para entregar, de mão beijada, motivos para que os extremistas de direita do país se radicalizem ainda mais.
Um impeachment não pode ser conduzido pela simples emoção e desespero. Há método, há critério.
Bolsonaro, a cada dia que passa, coloca mais corda em volta do próprio pescoço. Ele mesmo acabará chutando a cadeira e se enforcando.
O duro editorial do Grupo Bandeirantes sinalizando e evidenciando a incompetência do presidente é o sinal da construção do ambiente ideal para o processo. Também há um prazo: 15 semanas segundo Paulo Guedes. Ele não deixou muito implícito o que aconteceria ao final das 15 semanas, mas já dá para imaginar o que é.
A cúpula militar já deixou claro que não entrará em nenhuma intentona. Já disse isso aqui neste blog, diversas vezes: há um certo desconforto nas bases das forças de segurança, que estão no alambrado do bolsonarismo, sem saber muito bem o que fazer. Algumas verbalizaram suas insastifações através do senador Major Olímpio (PSL-SP).
Atenção para a entrevista do senador no site Congresso em Foco! Lá ele aponta para 4 tópicos interessantes:
- As bancadas ruralista e da bala estão se cansando de Bolsonaro
- Os policiais nos estados estão ligeiramente chateados com Bolsonaro
- Há margem e condições para o impeachment
- É isso que Bolsonaro quer
Recomendo que leiam a entrevista, uma das poucas leituras sóbrias (com ressalvas) do bolsonarismo, de quem está dentro do bolsonarismo.
Lá, ele reforça que ainda falta o ambiente ideal, o que poderia ser traduzido em uma popularidade na casa dos 10%, para sacramentar o impedimento.
Mas sim, os principais alicerces do presidente de extrema-direita estão rachados. No Senado, ele afirma seguramente que os 81 senadores ficaram contra a delinquência do presidente e seus filhos.
Mais uma vez, a dita “oposição” ao governo vê a caravana passar sem estender um dedo sequer. Bolsonaro irá se conduzir sozinho para fora do seu cargo, sem empurrão e ajuda de mais ninguém, o que é triste, mas também uma sorte para o país.
Imaginou se fossem tempos mais cruéis e que precisassem de ação da oposição? Ou se Bolsonaro fosse mais inteligente? Estaríamos fritos!