Bolsonaro volta a atacar indígenas que protestam contra o marco temporal

“Este tipo de gente quer voltar ao Poder com ajuda daqueles que censuram”, escreveu o presidente

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou um vídeo na tarde desta sexta-feira (27) com críticas à manifestação de indígenas na frente do Palácio do Planalto, em Brasília.

Bolsonaro escreveu na legenda: "Agora, na frente da Presidência da República. Este tipo de gente quer voltar ao Poder com ajuda daqueles que censuram, prendem e atacam os defensores da liberdade e da CF [Constituição Federal]".

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1431287001148428288

Marco Temporal

Após a votação prevista para esta quinta ser adiada, o STF vai analisar na próxima quarta-feira (1º) ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, da TI Ibirama-Laklãnõ. O tema, no entanto, tem “repercussão geral” e servirá de diretriz para todos os procedimentos demarcatórios. Caso o STF vote pela reintegração, vai sustentar uma tese defendida por ruralistas de que os povos indígenas só teriam direito à demarcação das terras que estivessem em sua posse até a promulgação da da Constituição – ou seja, a tese do Marco Temporal.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirma que “tese é injusta porque desconsidera expulsões, remoções forçadas e todas as violências sofridas pelos indígenas até a promulgação da Constituição”. “Além disso, ignora o fato de que, até 1988, eram tutelados pelo Estado e não podiam entrar na Justiça de forma independente”, diz.

Indígenas seguem mobilizados

Cerca de 6 mil indígenas de mais de 170 povos ocupam Brasília desde domingo (22) contra ação judicial que pode afetar demarcação de diversas TIs. A luta contra o Marco Temporal promoveu a maior mobilização indígena pós-constituinte.

O acampamento “Luta Pela Vida” conta com intensa programação de plenárias, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Com o lema “Nossa história não começa em 1988”, a mobilização tem como principal objetivo impedir a aprovação do Marco Temporal.