Após pressão, Twitter libera denúncias de fake news no Brasil

Na última semana, usuários se mobilizaram para cobrar que a plataforma colocasse em execução no país uma ferramenta que filtre informações falsas e negacionistas

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Após grande pressão nas redes sociais, o Twitter atualizou a plataforma e passou a permitir denúncias de postagens com informações enganosas no Brasil. Essa possibilidade, que funciona em teste apenas nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Austrália, também estará disponível na Espanha e Filipinas.

O Twitter afirmou que escolheu esses países porque quer "colher aprendizados de uma pequena, porém geograficamente diversificada, gama de regiões - incluindo aquelas em que o inglês não é o primeiro idioma - antes de tornar a ferramenta disponível globalmente".

Além disso, influenciou na decisão o fato de 2022 ser o ano das eleições no Brasil e nas Filipinas, assim como de meio mandato nos Estados Unidos. As notícias falsas, uma das maiores marcas da última corrida presidencial no Brasil, beneficiaram principalmente o candidato Jair Bolsonaro (PL), que foi eleito sem ter ao menos participado de qualquer debate.

https://twitter.com/andreawerner_/status/1483092557903151104?s=20

Campanha "TwitterApoiaFakeNews"

Na última semana, usuários do Twitter se mobilizaram em uma campanha para cobrar que a direção da plataforma colocasse em execução no Brasil ferramenta que filtre informações falsas e negacionistas. Para isso, foi difundida a hashtag #TwitterApoiaFakeNews.

Um dos motivos que serviu para mobilizar a ação em rede foi o fato de a plataforma não disponibilizar para o Brasil ferramenta para denunciar publicações com informações falsas sobre a pandemia, Covid-19 e vacinas.

Outro problema apontado na ação é a forma como o Twitter tem concedido o selo de verificação a perfis. Os usuários têm criticado o fato de que a plataforma concedeu tal validação para perfis que disseminam fake news nas redes, entre eles, Bárbara Destefani, que é militante anti-vacina.

Além disso, usuários cobraram a derrubada dos perfis do pastor Silas Malafaia e do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, por espalharem notícias falsas. A conta do Véio da Havan até chegou a ser desativada, mas voltou três dias depois.

No comunicado distribuído nesta segunda-feira (17), o Twitter citou que se compromete "a considerar os relatos das pessoas no Twitter" para "entender as conversas e os desafios relacionados a desinformação em nosso serviço".