Glenn diz que Tabata defendeu censura ao contestar Monark sobre nazismo

Ex-editor do The Intercept usou "liberdade de expressão" para atacar a postura da deputada, que se contrapôs à ideia de Monark, do Flow Podcast, de um "partido nazista reconhecido pela lei".

Tabata Amaral, Glenn Greenwald e Monark, do Flow Podcast (Fotos 1 e 2 Câmara Federal / Foto 3 Reprodução Youtube)
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O jornalista Glenn Greenwald, ex-editor do site The Intercept, classificou como censura a posição da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que se contrapôs ao apresentador Bruno Aiub, o Monark, do Flow Podcast, que defendeu a existência de um partido nazista.

"Acho que @TabataAmaral e outros defensores da censura devem ter cuidado ao usar judeus como um argumento. Foram os judeus americanos que, como minoria, lideraram a luta pela liberdade de expressão, incluindo advogados judeus da esquerda defendendo o direito deles de protestar", escreveu Glenn em sequência de tuites na rede social na manhã desta terça-feira (8).

Glenn usa argumentos parecidos com o do antropólogo baiano Antonio Risério, que defendeu o racismo reverso em artigo na Folha de S.Paulo, pinçando casos para defender a ideia de Monark, de institucionalização de um partido nazista.

Na sequencia de tuites, o jornalista cita, além dos judeus, "o apoio de alguns líderes negros" dos EUA e descola uma frase de Noam Chomsky - "um dos intelectuais judeus de esquerda mais influentes do século 20" - para fazer a defesa da "liberdade de expressão" de nazistas.

"Sei que o debate no Brasil é diferente dos EUA. Aqui, o valor "liberdade de expressão" quase se tornou um frase de direita. Mas a história do esquerdismo judaico tem sido liderar em defesa desta liberdade, sabendo que a censura é sempre usada contra eles e outras minorias", diz Glenn, ressaltando que não sabe "por que alguns esquerdistas brasileiros estão indignados com esses fatos históricos, alegando que 'perdi minha personagem'”.

"As pessoas estão debatendo a liberdade de expressão mais do que nunca e, claro, todos têm o direito de apoiar a censura. Mas ninguém tem o direito de distorcer a história do ativismo esquerdista judaico - que liderou a defesa da liberdade para todos - pq é conveniente fazê-lo", escreveu.

Monark defendeu formação de partido nazista no Brasil

Durante entrevista com os deputados Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (Podemos) na noite desta segunda-feira (7), Monark afirmou que “a esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço na minha opinião”.

“Eu acho que tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei”, disse ainda e perguntou: “as pessoas não têm o direito de ser idiotas?”.

Esta não é a primeira vez em que Monark dá opiniões controversas, normalmente tendendo à extrema direita. Em outubro do ano passado ele fez uma postagem em seu perfil no Twitter com a seguinte indagação: “ter uma opinião racista é crime?

Após a repercussão negativa da frase, inclusive com a perda de patrocinadores, ele afirmou que foi mal-interpretado.