Após perder patrocínio, Monark diz que foi mal-interpretado em post sobre racismo

Conhecido no universo bolsonarista, o youtuber apresentador do Flow Podcast usou as redes sociais para perguntar: “Ter uma opinião racista é crime?”

Monark - Foto: Reprodução/YouTube
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O youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, que apresenta o Flow Podcast, resolveu tentar justificar suas declarações infelizes relacionando liberdade de expressão com manifestações racistas. Após a repercussão, inclusive com a perda de patrocinadores, ele tentou ajeitar a situação.

Monark usou o velho discurso de que foi mal-interpretado. “Fala manos, muita gente interpretou minha defesa a liberdade de expressão como a defesa de opiniões hediondas como racismo ou homofobia. Só reforçando que tais opiniões são abomináveis e eu gostaria que ninguém as tivesse. Todo discurso de ódio é maléfico a sociedade”, publicou, tentando remediar.

https://twitter.com/monark/status/1453809569336111109

O youtuber fez uma postagem em seu perfil no Twitter com a seguinte indagação: “Ter uma opinião racista é crime?”. Figura conhecida no universo bolsonarista, ele, habitualmente, emite “opiniões” ofensivas e alinhadas à lógica radical do presidente da República, ainda que sempre recheadas de pretensos argumentos e com a insistência típica do séquito extremista que apoia o atual ocupante do Palácio do Planalto, que não vê mal algum em afirmações racistas, misóginas, homofóbicas ou em mentiras.

O Flow Podcast perdeu dois patrocínios depois da publicação de Monark, relativizando racismo: o iFood e a Trybe. De acordo com o site Propmark, a decisão da empresa de delivery ocorreu por querer “ser protagonista na promoção de mudanças urgentes que favoreçam a diversidade e a inclusão”.

A Trybe, por meio de nota, disse que “não compactua com toda e qualquer declaração de cunho homofóbico, racista ou que propague e normalize discursos de ódio”. A escola de programação dosse que vai “terminar parcerias com empresas e pessoas que firam diretamente esse princípio”.

“A liberdade de expressão é um direito, mas quando coloca em risco a liberdade e o direito de existir de outras pessoas gerando a exclusão de grupos, vai contra os nossos valores e aspirações como empresa”, destacou a Trybe.

Censura?

Antes disso, o apresentador do Flow Podcast já havia dito que a suspensão do canal de Jair Bolsonaro no YouTube, por conta da fake news grotesca que relacionou aplicações da vacina contra a Covid-19 à contaminação pelo vírus HIV, era um ato de censura. Para Monark, mentir deliberadamente, até num tema sensível como esse, que pode expor pessoas ao risco de morte, é “liberdade de expressão”.

“Eba censuraram o Bolsonaro! OBA agora foi um inimigo político! UHUL censuraram um cara babaca! Epa pera ai, censuraram um amigo meu? OPS tão ME censurando!? Quem poderia imaginar, que quando a censura começa não tem hora para acabar”, escreveu o youtuber.