Eduardo Bolsonaro defende Carlos Cereto, demitido da Globo por assédio

No processo, a ex-funcionária diz que Cereto a xingava e a fazia dar voltinhas na Redação para mostrar seu corpo

Eduardo Bolsonaro e Carlos Cereto. Foto: Montagem/Globo/YouTube
Escrito en REDES SOCIAIS el

O deputado federal Eduardo Bolsonaro correu no Twitter, nesta sexta-feira (30), para fazer a defesa do comentarista esportivo Carlos Cereto, demitido da Globo após 20 anos por assédio moral a uma funcionária.

Além do assédio, Cereto também fez críticas ao jornalismo esportivo que, segundo ele, se transformou em uma “grande lacração política”. Fontes ouvidas pela Fórum, no entanto, confirmaram que a pressão sobre Cereto aumentou depois do assédio moral à funcionária, que é filha de um jornalista que trabalha há muitos anos na emissora.

Ela moveu um processo na Justiça do Trabalho onde até mesmo a própria emissora responde por ter sido conivente com assédio moral.

No processo, a ex-funcionária diz que Cereto a xingava e a fazia dar voltinhas na Redação para mostrar seu corpo. Nos autos, que o Notícias da TV teve acesso, a ex-funcionária relata diversos fatos, confirmados por pelo menos três testemunhas que teriam visto a situação. Por questões de segurança, o nome da profissional é mantido sob sigilo. 

A ex-funcionária conta que foi chamada de "incompetente, desqualificada e despreparada" por Cereto. O jornalista dizia também que a sua então colega "estava uma delícia, beijava sua mão" e a fazia dar uma voltinha.

Os casos ocorreram durante o período em que Carlos Cereto foi chefe de Redação do SporTV em São Paulo, entre 2012 e 2015. De 2016 a 2021, foi comentarista e apresentador do canal esportivo.

O repórter Gabriel Vaquer, do Notícias da TV, apurou que a ex-funcionária denunciou o fato para o RH na época, mas não obteve sucesso. A ex-funcionária chegou a trocar de setor depois de ter denunciado o assédio; meses depois, porém, voltou a ser chefiada por Cereto e teria passado novamente por situações como a que havia denunciado.

“Decisão de gestão”

A Globo afirma que "a saída do jornalista foi uma decisão de gestão. Sobre as perguntas a respeito de compliance, a Globo não comenta assuntos da Ouvidoria, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e incentiva que qualquer abuso seja denunciado. Neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo". 

Carlos Cereto também foi procurado para falar sobre as acusações. Ele disse que só soube do caso após a abordagem do Notícias da TV e que prefere não comentar o teor no processo, porque não é réu no caso. "Eu fui surpreendido com este material. Eu não sou réu da ação. A TV Globo, que é a ré, é quem tem que se manifestar", argumentou.

Reprodução do Twitter de Eduardo Bolsonaro