Entre a comoção e as homenagens ao jornalista Rodrigo Rodrigues, que faleceu nesta terça-feira (28) em decorrência da Covid-19, há também aqueles zombam e tripudiam da fatalidade.
A maior parte dos que estão minimizando a morte de Rodrigues são bolsonaristas, que usam a postura crítica que o jornalista adotava com relação a cloroquina, medicamento defendido por Bolsonaro, para fazer pouco caso com o seu falecimento.
Um exemplo deste tipo de postura pode ser observado na postagem da jornalista bolsonarista Fernanda Salles. Ela escreve para sites investigados por fake news, como o Terça Livre e o Jornal Cidade Online, e ainda atua como assessora parlamentar do deputado estadual Bruno Engler (PSL-MG).
"Infelizmente o apresentador global Rodrigo Rodrigues, que zombou do presidente e do uso da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, faleceu hoje vítima da doença chinesa", escreveu Fernanda em seu Twitter. A postagem carrega um claro tom preconceituoso contra a China, alvo constante de ataques de bolsonaristas, e ainda minimiza a morte de Rodrigues ao afirmar que ele "zombou do uso da hidroxicloroquina".
Diante das críticas que passou a receber por conta da publicação, a jornalista apagou a postagem e não falou mais sobre o assunto. Não a tempo, porém, de evitar que internautas salvassem o tuíte com prints.
Morte do jornalista
O jornalista Rodrigo Rodrigues, da SporTV, morreu nesta terça-feira (28), aos 45 anos no Rio de Janeiro.
Rodrigo havia sido diagnosticado havia 15 dias com Covid-19 e estava afastado do trabalho. Ele deu entrada no último sábado (25), no hospital Unimed-Rio com dor de cabeça, vômitos e desorientação.
Após exames foi constatado que o jornalista teve uma trombose venosa cerebral, o que levou a um procedimento para diminuir a pressão intracraniana no domingo (26). Desde então, ele se encontrava em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).