Weintraub usa Turma da Mônica em postagem xenófoba contra os chineses

Eduardo Bolsonaro fez escola: ministro da Educação ironizou sotaque de imigrantes asiáticos e acusou a China de se beneficiar do coronavírus

Reprodução
Escrito en REDES SOCIAIS el
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou as redes sociais neste sábado (4) para ofender os chineses e insinuar que a China obteria benefícios advindos da pandemia de Covid-19. Em postagem no Twitter, o ministro utilizou uma personagem da Turma da Mônica para fazer a piada xenófoba. Em sua conta pessoal na rede, Weintraub postou a capa de uma edição do gibi que se passa na China, e usou a fala típica do personagem Cebolinha, que troca o R pelo L, para ridicularizar a forma com a qual imigrantes asiáticos falam português. "Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo?", escreveu o ministro. Além de ofensiva e preconceituosa, a postagem sugere que a disseminação do coronavírus traria algum tipo de benefício geopolítico para a China, como parte de um "plano infalível" para dominar o mundo. https://twitter.com/AbrahamWeint/status/1246406758916120579?s=20 Atitudes preconceituosas em relação à China e, consequentemente, a imigrantes e descendentes de asiáticos no Brasil, têm sido disseminadas e já foram apoiadas por pessoas próximas ao presidente da república. Em meados de março, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, iniciou uma crise diplomática com a China ao fazer comentários preconceituosos. Eduardo chegou a lançar no Twitter a #VírusChinês, acusando o país de ser responsável pela pandemia de Covid-19. Neste sábado (4), o cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, publicou uma carta aberta ao deputado em que faz duras críticas à sua postura preconceituosa e irresponsável. “Você é realmente tão ingênuo e ignorante? Como deputado federal da República Federativa do Brasil que possui alguma experiência em tratar dos assuntos internacionais, você deveria saber que os vírus que causam pandemia são inimigos comuns do ser humano, e a comunidade internacional nunca chama os vírus pelo nome de um país ou região para evitar a estigmatização e a discriminação contra qualquer grupo étnico específico”, diz trecho da mensagem.