SAÚDE

Técnica pode eliminar o câncer em minutos; entenda tratamento que chegou ao Brasil

Ablação por micro-ondas promete uma nova opção de tratamento para pacientes oncológicos que não podem passar por cirurgia

Técnica foi realizada pela primeira vez no Distrito Federal na última semanaCréditos: Sasint/Pixabay
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Um procedimento inédito no Brasil, a ablação por micro-ondas, promete uma nova opção de tratamento para pacientes oncológicos que não podem passar por cirurgia ou cuja cirurgia é de alta complexidade.

A técnica, divulgada em reportagem do Metrópoles, foi realizada pela primeira vez no Distrito Federal na última semana. Antes, só havia sido feita em São Paulo. O tratamento funciona com ondas eletromagnéticas de alta frequência, que “queimam” os tumores, destruindo-os em poucos minutos. 

"Os médicos utilizam exames de imagem, como ultrassom e tomografia, para localizar o câncer. Depois, chegam a ele com a ponta de uma agulha, com precisão milimétrica. A radiação esquenta e agita as moléculas de água do tumor, destruindo-o pelo calor gerado (seguindo o mesmo princípio de um micro-ondas convencional)", explica a reportagem do Metrópoles.

O médico João Paulo Bernardes, especializado em radiologia intervencionista do Hospital Sírio Libanês, que realizou o procedimento no DF, explica que uma das maiores vantagens da técnica é a velocidade, assim como a possibilidade de tratamento de lesões maiores.

Outros tipos de tratamento, como a radiofrequência, podem demorar até 10 vezes mais tempo que a ablação. A velocidade de destruição depende do tamanho do tumor, mas há casos em que é possível eliminá-lo em apenas dois minutos.

Por não envolver cortes ou cirurgia, a ablação permite que o paciente receba alta até no mesmo dia da intervenção. João Gastio do Santos, de 73 anos, que foi operado pela tecnologia, tinha um tumor no fígado de 4,2 cm. Ele se submeteu ao tratamento, que durou cinco minutos, e foi liberado no mesmo dia.

Em geral, a ablação por microondas é utilizada para tratamento local de tumores de fígado, pulmão e rim, primários e metástases. Neste ano, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) realizou uma pesquisa para testar a técnica.

Até agora, dois pacientes passaram pelo procedimento. A estimativa é que, até o fim do estudo, outros 60 sejam submetidos ao mesmo tratamento.

De acordo com João Paulo Bernardes, a técnica “tem suas limitações”. “Por isso, é necessário um time de especialistas avaliando caso a caso.