VENDO PRA CRER

Será? Remédio que promete acabar com ressaca começa a ser vendido no Reino Unido

Testes envolveram polêmica e suposto conflito de interesses, mas as caixas do Myrkl se esgotaram rapidamente. Entenda como seria o funcionamento da substância, que contém bactérias

Créditos: De Faire Medical AB
Escrito en SAÚDE el

Os britânicos estão ansiosos e não veem a hora de acabar com um dos maiores vilões do dia a dia dos beberrões de plantão: a ressaca. Um novo medicamento que promete pôr fim ao sofrimento pós-goró começou a ser vendido esta semana na terra da rainha e vem causando alvoroço. O Myrkl, um probiótico composto por bactérias desenvolvido pela farmacêutica De Faire Medical AB (DFM), que segundo seus cientistas atua diretamente sobre o álcool, está esgotado no site criado exclusivamente para comercializar o produto.

Ao ser ingerido, o álcool é metabolizado no fígado, ação que resulta no surgimento de substâncias nocivas que causam a sensação de desconforto e mal-estar depois que exageramos na bebida, como uma gama de ácidos tóxicos para o organismo. O Myrkl agiria antes desse processo acontecer, transformando o álcool em gás carbônico e água por meio dos micro-organismos vivos contidos em sua fórmula, evitando os sintomas típicos do dia seguinte à bebedeira.

O preço do Myrkl não é nada atraente, nem para os padrões financeiros britânicos. A caixinha com 30 comprimidos do remédio, quando ainda estava disponível, saía por nada menos que 30 libras, ou seja, R$ 192 para evitar a cabeça martelando, a boca seca e a indisposição depois de uns copos a mais. Os desenvolvedores explicam na bula e no site que disponibiliza a droga que é necessário tomar dois comprimidos pelo menos uma hora antes de começar a beber, pois só assim as bactérias contidas nas pílulas farão o efeito desejado.

Testes “suspeitos” e conflito de interesses

O estudo que foi publicado por cientistas comprovando a eficácia do Myrkl virou centro de uma polêmica ética no setor químico e farmacêutico europeu já que os alguns de seus autores já tiveram vínculos com o laboratório sueco DFM, que também patrocinou os testes e análises. O fato de um grupo de apenas 24 pessoas ter participado dos estudos também despertou críticas, já que o número estaria muito abaixo dos contingentes normalmente usados nesse tipo de teste.

Para piorar, 10 dos 24 participantes acabaram sendo desconsiderados nas análises por terem se encaixado nos critérios de exclusão do estudo, o que reduziu a um número insignificante as pessoas que serviram de base para comprovar a efetividade dos resultados do Myrkl.