Obesidade: 1 em cada 5 beneficiários de plano de saúde sofrem com o problema, diz estudo
Condição cresceu entre os brasileiros na última década, acompanhando crescimento mundial da doença
Um estudo liberado este mês pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostrou que uma a cada cinco pessoas que usam algum plano de saúde são obesas.
Em junho deste ano, segundo o IESS, o número de usuários de planos médico-hospitalares atingiu o patamar histórico de 50,8 milhões, o maior desde 2000, início da série histórica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No entanto, essa é a primeira vez que números relativos à obesidade no sistema de saúde suplementar são divulgados.
O que diz o estudo
A pesquisa analisou beneficiários de planos de saúde de 2008 a 2021, a partir de dados do Inquérito Telefônico para Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel). Foram considerados obesos aqueles com índice de massa corporal maior ou igual a 30 kg/m2.
Em 2008, uma a cada oito pessoas tinha quadro de obesidade. Ao longo desses anos, o crescimento foi de 7,2 pontos percentuais, passando de 12,9% para 20,1%.
Os homens são os mais afetados, sempre à frente na série histórica. No entanto, o número de mulheres com quadro de obesidade apresentou um maior aumento, de 7,8 pontos percentuais, comparado a 6,3 dos homens.
Para o IESS, o estudo mostra uma evolução crescente nas taxas de obesidade, que acompanha a evolução em relação à população geral. No Brasil, dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) mostraram que 19,8% da população total sofre com a condição. A nível global, o Atlas Mundial da Obesidade estima que, em 2030, um bilhão de pessoas serão obesas.
O IESS reconhece que o estudo apresenta algumas limitações, pois não considera brasileiros que não têm acesso ao telefone e pode sub-representar alguns grupos populacionais, como indivíduos de menor condição socioeconômica.
Como combater a obesidade
O IESS afirma que “conter o crescimento da obesidade não é uma tarefa fácil, pois sua ocorrência é multifatorial”. Ele defende que “para terem eficácia e efetividade serão necessárias estratégias que envolvam abordagem multifatorial”.
Isso inclui educação e conscientização, programas de promoção da saúde, com incentivo à prática de atividade física e alimentação saudável, acompanhamento nutricional, cobertura de cirurgia bariátrica para os casos graves e monitoramento das ações.
“Sem essas ações, nos próximos anos é provável que haja aumento significativo na utilização de serviços de saúde, ocorrência de desfechos cardiovasculares, anos de vida perdidos e mortalidade”, diz o estudo.