O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira (7), os resultados preliminares da última edição do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil), financiado pela pasta. Os dados versam sobre a presença de dores crônicas na população brasileira.
Dores crônicas são aquelas que duram ou se repetem por meses ou anos, e podem estar relacionadas a doenças crônicas, como câncer, artrite, diabetes ou fibromialgia. Os dados do Ministério da Saúde revelam que 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos convivem com algum tipo de dor crônica. Desses, cerca de um terço, ou 30%, usam opioides para aliviar o problema.
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O estudo revelou ainda que as dores crônicas são mais comuns em mulheres, pessoas de baixa renda e aqueles com diagnóstico para artrite, dor nas costas ou coluna, sintomas depressivos e com histórico de quedas e hospitalizações.
Preocupação com o uso de opioides
Fernanda Lima Costa (Fiocruz/UFMG), uma das pesquisadoras do estudo, externou sua preocupação com o número excessivo de pessoas que fazem uso dos opioides como alívio para dor.
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“A gente tem hoje uma epidemia de uso de opioides nos Estados Unidos que está se agravando. Isso ainda é pouco discutido no Brasil, mas nós já temos uma prevalência alta do uso desses medicamentos”, disse.
A cientista pontua a necessidade de vigilância e qualificação da atenção à saúde, afirmando que esse tipo de medicamento, mesmo quando prescrito, está associado ao aumento do risco de efeitos adversos.
Atualmente, os Estados Unidos vive uma epidemia de opioides em seu território, impulsionada pela disseminação do fentanil.
Este ano, o presidente Lula (PT) sancionou uma lei que determina que pessoas com Síndrome de Fibromialgia, Fadiga Crônica, Síndrome Complexa de Dor Regional ou outras doenças correlatas recebam atendimento integral pelo SUS.
O Ministério da Saúde fala em cuidados que a pessoa deve ter para evitar dores ao longo do processo de envelhecimento e a consequente demanda por opioides. Isso inclui praticar atividade física, buscar uma alimentação saudável, isto é, rica em frutas, verduras e legumes, e estar atento à saúde mental, bem como fortalecer as relações sociais.