O aspartame é um aditivo alimentar que deve ser classificado como "possivelmente cancerígeno" pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na próxima sexta-feira (14), um comitê misto da OMS e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) se reunirá para deliberar um novo posicionamento sobre aditivos alimentares. O grupo está revisando o uso do aspartame e vai anunciar sua decisão em 14 de julho.
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Desde 1981, o aspartame é rotulado como "seguro" como um substituto do açúcar, desde que consumido em quantidade limitada por dia. O produto foi considerado o primeiro adoçante artificial a eliminar traços de amargor e está presente em refrigerantes, sorvetes, guloseimas e até alimentos "diet". Ele é considerado quase 200 vezes mais doce que o açúcar.
Desde o início de sua popularização, sua possível ligação com tumores foi motivação para estudos científicos. A qualificação do aspartame como um aditivo que pode aumentar o risco de câncer partiu de uma revisão de 1.300 pesquisas sobre o produto.
As pesquisas tendem a ser feitas em cobaias analisadas em laboratório, pela dificuldade em estudar humanos. A observação dos hábitos alimentares e a prevalência de doenças em uma parcela da população não permite que os pesquisadores cheguem a uma conclusão comprovada que justifique a causa ao efeito.
Em 2022, o estudo NutriNet-Santé, que reuniu dados de mais de 100 mil pessoas, relatou que adultos que consumem altas quantidades de aspartame tinham um risco de desenvolver câncer 15% maior do que uma pessoa que não consome o aditivo. O risco de cânceres relacionados à obesidade e câncer de mama eram 22% mais comuns naqueles que consumiam o adoçante.