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Transgênicos: O que são e por que devem ser evitados na alimentação

Símbolo que aparece em diversas embalagens de produtos, os transgênicos (T) são utilizados para controle de pragas e oferecem riscos à saúde como os agrotóxicos

Transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGM).Créditos: Reprodução
Escrito en SAÚDE el

Já parou para pensar o que significa o símbolo “T” em embalagens de produtos alimentícios? Os transgênicos foram introduzidos pela primeira vez no Brasil em 2023 e desenvolvidos por meio da inserção de uma porção do código genético de uma espécie em outra, buscando conferir à espécie resultante características específicas desejadas, como maior taxa de crescimento e maior resistência a pragas, ou seja, é  alterado o código genético (DNA) do alimento.

Essa prática pode ser realizada inclusive entre organismos de espécies distintas, como a inserção de um gene de um vírus em uma planta, que é aplicada em plantas, animais e microorganismos. 

No entanto, especialistas alertam há anos para os perigos, muitas vezes ignorados, dos transgênicos para a saúde humana. Por isso, a Fórum preparou uma lista dos principais riscos no consumo desses alimentos, seguindo as informações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec):

1- Resistência a antibióticos

O consumo de transgênicos é considerado uma ameaça à saúde pública. Embora haja o intuito de verificar o sucesso da modificação genética com a introdução de genes, denominados marcadores, provenientes de bactérias resistentes a antibióticos, há o potencial problema de induzir um aumento na resistência a antibióticos em seres humanos, que consomem desses produtos alimentícios. Em termos mais diretos, isso pode comprometer ou eliminar a eficácia dos medicamentos antibióticos quando for necessário utilizá-los.

2- Contaminação das plantações e aumento na concentração de agrotóxicos

A inserção de genes de resistência a agrotóxicos em alimentos transgênicos pode levar a um aumento da resistência de pragas e ervas-daninhas a esses produtos químicos. Isso pode resultar em um aumento da aplicação de agrotóxicos, o que pode ter consequências negativas para a saúde humana e também o meio ambiente.

Um exemplo desse problema é a soja Roundup Ready, que é geneticamente modificada para resistir ao herbicida Roundup (glifosato). A aplicação indiscriminada de glifosato nas plantações de soja pode levar ao desenvolvimento de ervas-daninhas resistentes a esse produto químico. Essas ervas-daninhas, conhecidas como "super-ervas", podem ser mais difíceis de controlar e podem causar danos significativos às plantações.

Além disso, o aumento da aplicação de agrotóxicos pode levar a um aumento dos resíduos desses produtos químicos nos alimentos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou em 2004 o aumento em cinquenta vezes do limite de glifosato permitido em alimentos à base de soja. Esse aumento representa um risco potencial para a saúde humana, pois o glifosato pode causar danos ao sistema nervoso, ao sistema reprodutivo e ao sistema imunológico.

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3- Incidência de alergias

A modificação genética de alimentos pode gerar novos compostos, como proteínas e aminoácidos, que podem causar alergias em algumas pessoas. Um estudo realizado pelo Instituto de Nutrição de York, na Inglaterra, em 1999, constatou um aumento de 50% na alergia a produtos à base de soja. Os pesquisadores acreditam que esse aumento pode ser atribuído ao consumo de soja geneticamente modificada.

Outra preocupação é que o gene de uma espécie que provoca alergia em algumas pessoas possa ser transferido para um produto transgênico. Isso pode causar alergias em pessoas que não são alérgicas à espécie original. Nos Estados Unidos, uma soja que possuía gene de castanha-do-pará foi proibida de ser comercializada após relatos de reações alérgicas em pessoas alérgicas à castanha-do-pará.

4- Toxicidade

Plantas e micróbios produzem toxinas para se defender de insetos e outros predadores. Essas toxinas geralmente não são tóxicas para humanos. No entanto, se os genes que codificam essas toxinas forem inseridos em plantas alimentares, os níveis de toxinas podem aumentar significativamente. Isso pode causar danos à saúde humana, dos animais e das plantas.

Um exemplo disso é o milho transgênico Bt, que produz uma toxina que mata lagartas de insetos. Ela também pode matar lagartas da borboleta monarca, que é um agente polinizador importante.

Vale lembrar que a toxicidade das substâncias inseridas intencionalmente nas plantas transgênicas ainda não foi avaliada adequadamente. Essas substâncias estão entrando nos alimentos com avaliação muito inferior de segurança em relação a aditivos alimentares, corantes, pesticidas ou medicamentos.

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