No último relatório divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde do Álcool (CISA), dados sobre o consumo de álcool no Brasil revelaram que 45% dos brasileiros ingerem bebidas alcoólicas; desses, 20% bebem álcool pelo menos uma vez por semana ou a cada 15 dias.
O consumo de álcool no Brasil está acima da média mundial, de acordo com a OMS, e pode ser associado a pelo menos 200 doenças.
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Uma delas é o câncer — aliás, pelo menos cinco diferentes tipos de câncer.
Especialistas da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) apontam o álcool como um carcinógeno do Grupo 1, o que significa que está diretamente relacionado a mutações celulares e processos metabólicos que aumentam os riscos de câncer.
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Uma dose de álcool destilado, como vodca, cachaça ou até cerveja (aproximadamente 350mL), corresponde a até 14g de álcool puro, diz a CISA.
Quando ingerido, esse álcool é metabolizado pelo organismo de forma danosa: no fígado, torna-se acetaldeído, composto que danifica o DNA das células; além disso, a metabolização tende a gerar radicais livres, moléculas instáveis responsáveis por causar estresse oxidativo.
O que é estresse oxidativo?
Os radicais livres formados no processo de absorção e metabolização do álcool pelo organismo são moléculas altamente reativas, que tendem a "roubar" elétrons de outras células para se estabilizar. Esse processo, que causa danos a lipídios, proteínas e ao DNA das células, é conhecido como estresse oxidativo.
Outro fator importante é que o álcool prejudica a absorção de nutrientes essenciais, como as vitaminas A, C, D, E, e o ácido fólico, que desempenham um papel fundamental na manutenção da integridade celular e na prevenção de danos ao DNA.
Quando o organismo está privado desses nutrientes, a capacidade de proteger e reparar o DNA é comprometida, aumentando o risco de câncer. Combinados, esses processos fazem com que o consumo regular de álcool esteja relacionado a uma maior probabilidade de desenvolvimento de vários tipos de câncer.
Os cinco tipos de câncer associados à ingestão de álcool
Há cinco tipos principais de câncer amplamente associados ao consumo de álcool. São eles:
- Os cânceres de cabeça e pescoço (sob um risco pelo menos 2,6 vezes maior de incidência);
- O câncer de esôfago (cuja ocorrência pode chegar a ser cinco vezes maior);
- O câncer de fígado;
- O câncer de mama (relacionado aos altos níveis de estrogênio, cuja liberação o álcool estimula);
- E o câncer colorretal.