Uma pesquisa da Escola de Ciências Biológicas da Queen's University Belfast, desenvolvida como parte de um programa de mestrado em Comportamento e Bem-Estar Animal, demonstrou que o estresse de tutores pode influenciar os cães em ambientes controlados.
No estudo, ambos foram equipados com monitores de frequência cardíaca (FC), usados ??para registrar tanto os parâmetros de FC quanto os de variabilidade da frequência cardíaca (VFC), um indicador que mede as flutuações nos intervalos entre os batimentos consecutivos do coração.
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Foram 28 pessoas e o mesmo número de cães participando da pesquisa. "Em seguida, expusemos os donos a uma intervenção estressante ou de alívio do estresse e monitoramos o efeito que isso teve neles e também em seus cães. A intervenção estressante consistiu em um teste de estresse digital, que exigiu que os donos realizassem uma tarefa aritmética mental, bem como uma tarefa de apresentação verbal. A intervenção de alívio do estresse foi um vídeo de meditação respiratória guiada de cinco minutos", explicam os autores, Aoife Byrne e Gareth Arnott, em artigo publicado no The Conversation.
Contágio emocional
Os pesquisadores descobriram que mudanças na frequência cardíaca do tutor, entre o estágio anterior ao experimento e durante o próprio experimento, poderiam prever as mudanças na FC do seu cão. "Se a frequência cardíaca do dono aumentasse ou diminuísse, a frequência cardíaca do seu cão também provavelmente aumentaria ou diminuiria em conjunto", pontuam.
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"Esses resultados sugerem que os cães podem reconhecer o estresse em seus donos, e isso pode influenciar seus próprios níveis de estresse, por meio do processo de 'contágio emocional'. Esse é um fenômeno em que as pessoas, e outros animais, podem 'captar' ou imitar as emoções e o comportamento daqueles ao seu redor, consciente ou inconscientemente", explicam.
Isto também pode indicar, segundo os autores, que os cães observam seus tutores para informar sua resposta a novos ambientes. "Os donos foram solicitados a não interagir com seus cães durante o experimento. Então, qualquer avaliação do estresse do dono feita por seus cães foi feita sem comunicação direta entre o dono e o animal de estimação", dizem os autores.
Essa compreensão, de acordo com Byrne e Arnott, pode ser útil em consultas veterinárias. "Se nosso estresse tem o potencial de influenciar nossos cães, então isso deve ser considerado quando visitamos o veterinário. Se eles ajudam os donos a se sentirem mais calmos enquanto vão à clínica, isso pode ajudar seus cães a se sentirem mais à vontade também", ponderam.
"O que está claro em nossa pesquisa mais recente é que os cães são animais perceptivos que são influenciados pelo mundo e pelas pessoas ao redor deles. Pessoas que cuidam ou trabalham com cães devem ter em mente que seu próprio estresse pode afetar o de seus cães", apontam.
Confira o artigo completo e o estudo
