Um estudo conduzido por pesquisadores do Geisinger College of Health Sciences, em Danville, e da Escola de Medicina da Florida State University, revela por que pessoas do sexo masculino costumam ser, em média, 13 centímetros mais altas do que pessoas do sexo feminino.
A pesquisa quantificou as contribuições dos vários fatores ligados aos cromossomos sexuais (X e Y) para a característica da estatura em humanos, e partiu da hipótese de que um gene diferencial, o SHOX, expresso por ambos os cromossomos, seria um elo essencial no dimorfismo sexual (a diferença de características físicas entre os sexos).
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Para testar a hipótese, os autores isolaram o efeito da "dosagem gênica" dos cromossomos X e Y e os analisaram em paralelo com os efeitos hormonais que agem sobre eles.
Os dados usados para a pesquisa saíram de três biobancos: o MyCode, o All of Us e o UK Biobank, vindos dos Estados Unidos e do Reino Unido, que reuniam um total de 928.605 indivíduos adultos.
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Desses, pelo menos 1.225 apresentavam aneuploidias de cromossomos sexuais, ou seja, um número anormal de cromossomos (a mais ou a menos).
O estudo concluiu que, quando se aumenta uma unidade na dosagem do cromossomo Y, há um "ganho" de cerca de 3,1 cm de altura em comparação com um aumento na unidade de dosagem do cromossomo X.
Em outras palavras, o efeito do cromossomo Y sobre a estatura é mais forte, e isso explica que a diferença média de altura entre homens e mulheres seja de cerca de 22,6% (a mais para os homens).
O gene SHOX fica numa região do genoma em que existem tanto o cromossomo X quanto o Y; no entanto, no cromossomo X, parte da sua atividade é "silenciada". Isso significa que, como as mulheres possuem dois X, sua altura tende a ser menor (menos estimulada pelo gene cromossômico).
Já no cromossomo Y, a cópia do SHOX permanece ativa, sem passar por inativação; ter um Y "a mais", então, pode aumentar a altura média de um indivíduo.
A maior parte da variação de altura, no entanto, continua sendo explicada por genes herdados de ambos os pais nos cromossomos autossômicos, além de fatores ambientais, como nutrição, saúde infantil, desigualdades socioeconômicas etc.
O estudo alcança um marco, no entanto, porque mostra como os cromossomos sexuais, e não só os hormônios, guardam “segredos” a respeito da altura distinta entre pessoas de sexos diferentes.
