Pesquisadores da China e da Espanha deram um passo importante na luta contra o Alzheimer. Eles conseguiram reverter os efeitos da doença em camundongos usando uma técnica de nanotecnologia capaz de “reiniciar” o funcionamento do cérebro. O estudo, liderado pela Universidade de Sichuan e pelo Instituto de Bioengenharia da Catalunha, reacende a esperança de que a mesma estratégia possa, no futuro, ser aplicada em humanos.
O Alzheimer afeta mais de 7 milhões de pessoas só nos Estados Unidos e destrói, aos poucos, a memória e as funções cognitivas. A doença está ligada ao acúmulo da proteína beta-amiloide, que compromete a comunicação entre os neurônios e danifica a barreira hematoencefálica — uma espécie de escudo que protege o cérebro contra toxinas e agentes externos.
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Uma “reinicialização” no cérebro
A pesquisa usou nanopartículas chamadas de “drogas supramoleculares”, diferentes das terapias convencionais. Em vez de apenas carregar medicamentos, elas agem sozinhas como agentes terapêuticos. Após três aplicações em camundongos doentes, os cientistas observaram uma redução de até 60% nas placas de beta-amiloide em apenas uma hora. Seis meses depois, os animais — que já apresentavam sintomas graves — se comportavam como ratos saudáveis.
De acordo com o professor Giuseppe Battaglia, do Instituto de Bioengenharia da Catalunha, o tratamento funciona como um “botão de reset” no cérebro. Ao restaurar a circulação e o funcionamento da barreira hematoencefálica, as nanopartículas reativam o sistema natural de limpeza do órgão, permitindo que ele volte a eliminar substâncias tóxicas e recupere o equilíbrio.
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A equipe reforça que os testes ainda estão em fase experimental, mas os resultados são animadores. “Conseguimos restaurar a função da barreira hematoencefálica e reverter os sinais da doença. É um avanço que pode abrir caminho para novas terapias”, afirmou a pesquisadora Lorena Ruiz Perez.