CONSCIENTIZAÇÃO

Semana de Prevenção do Câncer Bucal destaca riscos e a importância do diagnóstico precoce

Iniciativa reforça que atenção a lesões persistentes e mudanças na cavidade oral pode ser decisiva para evitar sequelas graves e aumentar chances de cura

Câncer bucal avança silenciosamente no país.saúde bucalCréditos: Pexels/Gustavo Fring
Escrito en SAÚDE el

Diante do avanço do câncer bucal no país e das dificuldades persistentes para garantir o diagnóstico precoce, entidades de saúde ampliam ações educativas durante a Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, realizada de 1º a 7 de novembro. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 80% dos casos ainda são identificados tardiamente.

A doença atinge, sobretudo, homens acima dos 40 anos e registrou, no triênio 2020–2022, 11.180 novos casos anuais entre pacientes do sexo masculino e 4.010 entre mulheres. As regiões Sudeste e Sul concentram as maiores taxas de incidência e mortalidade, evidenciando a urgência de políticas de prevenção mais eficazes.

A mobilização busca ampliar o conhecimento sobre os riscos, orientar a população sobre sintomas iniciais e reforçar o papel decisivo do diagnóstico precoce, etapa que pode evitar tratamentos agressivos e reduzir sequelas permanentes. 

De acordo com a cirurgiã de cabeça e pescoço Silvia Picado, que também é Diretora Social da Associação Paulista de Medicina de Santos (APM Santos), os primeiros sinais costumam ser visíveis, mas frequentemente ignorados. Ela aponta que feridas na boca que persistem por mais de 15 dias, sem cicatrização ou com alteração de cor, precisam ser avaliadas. 

Fatores de risco

O tabagismo e o consumo excessivo de álcool permanecem como os principais responsáveis pelos casos da doença. Quando combinados, os dois hábitos aumentam significativamente o risco de desenvolvimento do tumor. Outros fatores de risco incluem exposição solar sem proteção nos lábios, higiene bucal inadequada, próteses mal adaptadas, infecção pelo HPV, obesidade e alimentação pobre em frutas e verduras.

A médica destaca que grande parte desses fatores é prevenível, a partir de medidas, como reduzir ou abandonar o consumo de álcool e cigarro, usar protetor labial com filtro solar, além de manter o acompanhamento odontológico e manter a vacinação conta o HPV. 

Sintomas

Entre os principais sinais de alerta estão:

  • feridas ou manchas brancas/vermelhas que não cicatrizam em até 15 dias;
  • nódulos ou áreas endurecidas na boca;
  • sangramento sem causa aparente;
  • dificuldade para mastigar, engolir ou mover a língua;
  • rouquidão persistente;
  • dor que irradia para o ouvido.

De acordo com a especialista, o cirurgião dentista costuma ser o primeiro profissional a identificar alterações suspeitas. No entanto, na persistência dos sintomas, o caso deve ser encaminhado a um médico de cabeça e pescoço. 

Importância da detecção precoce

Quando identificado na fase inicial, o câncer bucal apresenta altas taxas de cura e demanda intervenções menos agressivas, preservando funções essenciais como fala e mastigação. Nos casos avançados, o tratamento pode exigir cirurgias extensas, traqueostomia e alimentação por sonda.

 

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