Pedágios de Tarcísio: Pressão popular força redução de pórticos no Vale do Ribeira
Após inúmeros protestos da população e de prefeituras de municípios prejudicados por novas cobranças em rodovias, governo paulista volta atrás
A pressão popular fez com que Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltasse atrás. Após inúmeros protestos da população e de prefeituras prejudicadas com a nova medida, o governo de São Paulo decidiu reduzir o número de pedágios do sistema free flow, modelos de cobrança automática, nas rodovias do estado, incluindo no Vale do Ribeira.
Na região, dois pórticos que cobrariam tarifas e ficariam localizados na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055), um em Pedro de Toledo e outro em Itariri, foram desativados.
Além disso, na concessão da Sorocabana, cinco pedágios free flow, que já foram instalados pela concessionária, vão funcionar somente para contagem de veículos. E mais: não devem ser instalados, também, três pórticos anunciados para a região de Piracicaba.
Diante do desgaste das instalações das novas cobranças, uma das formas usadas pelo governo de Tarcísio para resistir aos protestos sem abrir mão do pedágio foi isentar de tarifas moradores que estão próximos ao pórtico.
Em Santos, por exemplo, os moradores da área continental não precisarão pagar pedágio no pórtico instalado no km 236 da Rodovia Rio-Santos, entre os bairros Iriri e Caruara. Porém, só escapa da cobrança quem se cadastrar.
Pedágio free flow rende enxurrada de críticas a Tarcísio nas redes
Tarcísio tem enfrentado desgaste em sua imagem nas redes sociais por conta dos pedágios free flow, que não têm cancela. Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), serão 16 novos pórticos em rodovias estaduais até o fim do ano.
Levantamento realizado pela AP Exata, encomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo aponta que foram 6,9 mil publicações únicas sobre o tema no X (ex-Twitter), TikTok e Instagram nos últimos 40 dias, com 21 mil comentários alcançando aproximadamente 9 milhões de pessoas.
A grande maioria das postagens nas redes, 63,3%, reprova a instalação dos pedágios free flow em São Paulo e somente 25,4% apoiaram, com 11,3% fazendo postagens neutras.
Mesmo entre perfis de direita, as críticas predominam, com 55,8% deles desaprovando a iniciativa, contra 34,7% que aprovam. A base de Tarcísio na Assembleia Legislativa também se dividiu, com parlamentares de direita se posicionando de forma contrária aos pedágios, inclusive nas próprias redes sociais.
Segundo o CEO da AP Exata, Sergio Denicoli, a esquerda conseguiu fazer do tema uma bandeira política, com uma maior participação narrativa no debate.
O que é o free flow
Pelo modelo de pedágio free flow, o motorista é submetido a um sistema eletrônico de cobrança de pedágio que usa câmeras e sensores para identificar os veículos. O pagamento pode ser feito com tag (etiqueta eletrônica), aplicativo ou outro meio digital, e a inadimplência resulta em multa e infração de trânsito.
Para quem não tem o dispositivo, o prazo para pagamento é de até 30 dias em canais digitais ou pontos físicos que serão disponibilizados pelas concessionárias.
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