Trabalhadoras domésticas da Baixada Santista buscam organizar sindicato regional
Iniciativa vai mobilizar mulheres nas nove cidades da região com reuniões, formações e apoio jurídico até o final de 2025
O Coletivo de Trabalhadoras da Baixada Santista dá início, em julho, ao projeto “Fortalecendo as Trabalhadoras Domésticas da Baixada Santista”. O objetivo é mobilizar e organizar as empregadas domésticas da região para a organização de um sindicato próprio.
A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto Caxangá, com apoio da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos, por meio do edital “Fortalecendo Trabalhadores Informais na Luta por Direitos”.
O projeto prevê a realização de nove reuniões presenciais, uma em cada cidade da Região Metropolitana da Baixada Santista, além de formações sobre direitos trabalhistas e proteção social, orientação jurídica, produção de material informativo e ações permanentes nas redes sociais.
Segundo o cronograma proposto, a ação termina em dezembro, com a realização da assembleia de eleição e posse da nova diretoria do Sindicato das Empregadas Domésticas da Baixada Santista, marco histórico para a categoria na região.
“Essas trabalhadoras, por muito tempo, ficaram invisíveis, em situação de informalidade e desproteção. Com este projeto, queremos assegurar a elas direitos, acesso à informação e a valorização da economia do cuidado”, destacou Paula Ravanelli, advogada e coordenadora do projeto, em nome do Coletivo.
A proposta visa enfrentar a precarização do trabalho doméstico e dar visibilidade a uma categoria formada, majoritariamente, por mulheres negras.
Segundo dados da Pnad Contínua do IBGE, analisados pelo DIEESE, cerca de 76% das trabalhadoras domésticas no Brasil atuam sem registro em carteira, o que demonstra o grau de informalidade e vulnerabilidade social desse grupo.
A primeira reunião será neste domingo (20), das 16 às 18 horas, na sede do Partido dos Trabalhadores da cidade, à Rua Alcindo Guanabara, nº 37, Esmeralda, em Praia Grande. A entrada é gratuita a todos os interessados no tema.
Ao longo dos próximos meses, o projeto também desenvolverá uma cartilha e campanhas de comunicação digital com conteúdo educativo, enquetes e vídeos para ampliar o alcance das ações e fortalecer a articulação com outras entidades sindicais e movimentos sociais.
O Coletivo de Trabalhadoras da Baixada Santista dedica essa iniciativa à memória de Laudelina de Campos Melo, pioneira na luta das trabalhadoras domésticas no Brasil, que iniciou sua militância sindical justamente neste território. Seu legado inspira a construção de um sindicato forte, enraizado nas lutas históricas e no protagonismo das mulheres negras da região.
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