Por Julinho Bittencourt Arte: Guilherme Almeida Fotos: Divulgação
Forró não é um ritmo, mas uma festa originária de Pernambuco que se espalhou pelo Brasil. No forró se dança xote, maracatu, baião, entre outros ritmos executados com sanfona, zabumba e triângulo
A origem do termo “forró” é controversa. Para o filólogo Evanildo Bechara é uma redução de forrobodó. Uma lenda, no entanto, diz que o termo veio de uma festa de militares americanos chamada “for all”
Dia 13 de dezembro é considerado o Dia Nacional do Forró. A data é o aniversário de Luiz Gonzaga, responsável por dar voz, imagem e, sobretudo, som ao povo brasileiro nascido no Nordeste
Luiz Gonzaga é o primeiro grande artista brasileiro a transpor a barreira do “Sul maravilha” e virar o porta-voz de milhões de conterrâneos que retiraram de suas regiões pobres para sobreviver
A partir de Gonzaga, com sua sanfona, gibão e chapéu de couro e suas lindas canções, o retirante que construía as casas e lavava as louças dos abastados do Sul e Sudeste passou a ter uma cara e um som
Um dos grandes afilhados de Luiz Gonzaga, considerado um continuador de sua obra, é o cantor e sanfoneiro Dominguinhos. Além de interpretar obras do mestre, ele também compôs clássicos do gênero
Gonzaga abriu as portas do Brasil para vários outros artistas do Nordeste, entre eles o pernambucano Alceu Valença. Seu estilo repleto de guitarras tem uma inconfundível influência do Rei do Baião
Gilberto Gil diz que Gonzaga foi sua "primeira e maior influência". Ele gravou diversas canções dele. Uma das primeiras foi "17 Légua E Meia", em versão elétrica no seu álbum tropicalista de 1969
Durante seu exílio em Londres, Caetano Veloso fez uma versão para o clássico “Asa Branca”, de Gonzaga e Humberto Teixeira. Ao contrário da interpretação original, a dele é repleta de dor da saudade
Em 1979, Gonzaguinha regrava com o pai “Vida de Viajante”, que resume a trajetória do artista. Na época, os dois viajaram pelo país em uma turnê que consagrou Luiz Gonzaga para as novas gerações