Pobreza Menstrual

Entenda o debate sobre a distribuição gratuita de absorventes 

O presidente Jair Bolsonaro vetou a distribuição gratuita de absorvente feminino para estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema

Ele vetou artigos do PL 4.968/19, que institui o Programa de Promoção Menstrual, da deputada federal Marília Arraes (PT-PE), aprovado no Congresso

O PL de Marília Arraes também incluía o item nas cestas básicas distribuídas pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

O dinheiro viria dos recursos destinados pela União ao Sistema Único de Saúde (SUS) e, no caso das presidiárias, do Fundo Penitenciário Nacional.

O veto de Bolsonaro provocou uma grande mobilização nas redes sociais

“Muita gente ironiza sobre o motivo da nossa preocupação em distribuir absorventes. Nós continuaremos falando sobre o assunto até que esse problema seja solucionado”. Marília Arraes

22% das meninas de 12 a 14 anos no Brasil não têm acesso a produtos higiênicos adequados durante o período menstrual. E sobe para 26% entre as adolescentes de 15 a 17 anos

Fonte: Pesquisa Sempre Livre

1 em cada 4 mulheres já faltou a aula por não poder comprar absorventes

Fonte: Pesquisa Always (2021)


3,5 milhões de estudantes brasileiras não têm acesso a sabão nos banheiros de suas escolas

“O grupo mais atingido é composto por meninas negras. A pobreza menstrual também é, de fato, uma questão racial”, diz abaixo-assinado que pede a derrubada do veto

Em protesto, ativistas fizeram uma intervenção na fachada da Embaixada do Brasil em Paris, com absorventes pendurados 

Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chegou a questionar: “a prioridade é vacina ou é absorvente?”, para defender o veto do presidente

Com a repercussão negativa do veto cruel, Damares disse que vai anunciar um programa do governo para distribuir o item básico a mulheres em vulnerabilidade

Depois do veto, pelo menos 11 estados e o DF anunciaram que vão adotar políticas de distribuição de absorventes gratuitos

No Maranhão, por exemplo, serão 163 mil meninas beneficiadas nas 217 cidades do estado, segundo o governador Flavio Dino 

Distribuir absorventes é uma questão de saúde e diginidade.