Brigadistas de Alter do Chão são indiciados e defesa denuncia ilegalidades

"Encerraram-se as investigações de maneira atropelada, sem a realização de perícia técnica, ainda em curso na Policia Federal", denuncia a defesa dos ambientalistas

Da esquerda para a direita: Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez, brigadistas de Alter do Chão - Foto: Divulgação
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A Polícia Civil encerrou investigação que aponta que quatro voluntários das Brigadas de Alter do Chão (PA) seriam os responsáveis por provocar incêndios que eles mesmos combateram. A defesa dos brigadistas emitiu nota nesta sexta-feira (20) denunciando ilegalidades no processo e direcionamento na investigação. O juiz Alexandre Rizzi, responsável pelo caso, encaminhou o inquérito para o Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) e colocou sob segredo de justiça. Rizzi havia determinado prisão preventiva dos quatro voluntários - Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez -, mas decidiu liberá-los após grande pressão. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui. A defesa dos brigadistas contesta o inquérito da Polícia Civil - que, segundo o MPF, não deveria ser responsável pelo caso. "A notícia do indiciamento dos integrantes da Brigada de Alter do Chão surpreende a Defesa e representa uma enorme injustiça. O indiciamento é fruto de ilegalidades e, infelizmente, indica direcionamento da investigação", dizem os advogados do Projeto Aliança em nota. Os advogados ainda afirmam que o encerramento das investigações foi precipitado e "atenta contra a apuração correta dos fatos". "Encerraram-se as investigações de maneira atropelada, sem a realização de perícia técnica, ainda em curso na Policia Federal, para apurar em que circunstâncias efetivamente ocorreu o incêndio. Ignorou-se também pedido para que fossem ouvidas testemunhas indicadas pelos advogados dos brigadistas à autoridade policial há mais de duas semanas", afirmam. "O indiciamento foi baseado em ilações extraídas de depoimentos meramente especulativos sem nenhuma prova atacando aqueles que dedicaram as suas vidas a combater incêndios voluntariamente na região amazônica", finalizam. Todos os suspeitos teriam testemunhas para provar os seus paradeiros na hora em que o fogo começou. Um deles estava em um barco que participava da procissão do Sairé (festa típica da região), outro estava num outro barco com turistas em um dos afluente do Tapajós, o terceiro, em um voo comercial vindo de Santarém e o quarto cuidava de um familiar idoso que estava acamado. https://www.instagram.com/p/B6TkTjqpkrO/?igshid=1d7nkopspdzgr