Povos da floresta plantam árvores para encerrar encontro

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Foto: José Cruz/ABr
Foto: José Cruz/ABr

Cerca de cinco mil pessoas participaram do 2º Encontro dos Povos das Florestas, encerrado no domingo, 23, em Brasília, com o plantio de mudas de árvores do cerrado no Jardim Zoológico. Por causa do período da seca, apenas 15 mudas foram plantadas, mas a previsão dos organizadores é plantar mais 200 árvores após a chegada das chuvas na capital federal.

A atividade foi acompanhada por representantes de etnias indígenas que participaram do evento, como Sabá Haji Manchineré, cujo povo habita a região de fronteira entre o Acre e o Peru. Sabá elogiou a inicativa e disse que espera voltar ao local daqui a dez anos para ver como ficaram as árvores plantadas hoje.

Além de representantes de 80 etnias indígenas, o encontro reuniu ribeirinhos, pescadores, quebradeiras de coco e representantes do governo federal e estaduais, da iniciativa privada e de movimentos sociais ligados aos biomas da Amazônia, do Cerrado, da Mata Atlântica, da Caatinga, do Pantanal e do Pampa.

O encontro marcou a retomada da Aliança dos Povos da Floresta, formada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), pelo Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), e pelo Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

Desde a última terça-feira, 18, os participantes discutiram questões como aquecimento global, conhecimento tradicional, comércio justo, biodiversidade, redução da pobreza e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na sexta-feira, 21, divulgaram a Declaração dos Povos da Floresta, em que reafirmam o papel estratégico que desempenham na proteção das florestas, dos recursos naturais e da biodiversidade.

No documento, os representantes dos povos da floresta pedem um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para eles, “o modelo de desenvolvimento e civilizatório em curso no nosso país, caracterizado por grandes obras de infra-estrutura”, ainda é “predatório e ameaçador ao nosso patrimônio natural e cultural”.

Por isso, pedem a definição de metas e estratégias em busca de soluções para as questões climáticas, por exemplo. Na declaração, também defendem a necessidade de um modelo alternativo de desenvolvimento “ambientalmente sustentável e socialmente”.

Uma das reivindicações é que os povos indígenas e comunidades tradicionais sejam “remunerados dignamente pelos serviços ambientais prestados ao Brasil e ao mundo por nossas regiões preservadas diante um cenário de mudanças climáticas”.

Outro ponto defendido pelos participantes é a que a educação ambiental passe a ser oferecida no ensino formal, médio e superior.

Agência Brasil