O inacreditável Serra pós-derrota eleitoral em França

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Não entendo nada de economia, mas leio em vários meios de comunicação sobre os recordes da economia brasileira.  Esta não apenas cresce, mas o Brasil distribui renda, na medida que ao longo dos oito anos do governo Lula cerca de 50 milhões de pessoas ou saíram da linha de miséria ou ascenderam à classe C.

Mesmo diante da maior crise da história mundial, em 2008, o Brasil continuou crescendo e gerou só em 2010 mais de 2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada e, ao longo dos oito anos do governo Lula, 15 milhões de empregos formais foram criados. O Brasil tem hoje uma das menores taxas de desemprego do mundo.

A indústria naval no governo Lula está sendo reabilitada, fábrica de dormentes inaugurada, a construção civil bombando como nunca. E isso não é percepção de petista apaixonado, são  dados do IBGE e da Confederação Nacional das Indústrias que apontam aumento do faturamento real do setor industrial de 13,1% em relação ao ano passado.

Se pensarmos em termos de balança comercial de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC): "Em outubro passado as exportações brasileiras alcançaram US$ 18,381 bilhões e média diária de US$ 919,1 milhões. Trata-se da maior média diária para meses de outubro e a terceira maior mensal, abaixo apenas de maio e agosto de 2008, quando totalizaram US$ 965,2 milhões e US$ 940,3 milhões, respectivamente. Sobre outubro de 2009, as exportações registraram aumento de 37,1%, e sobre setembro de 2010, cresceu 2,5% pela média diária." (veja os gráficos aqui)

Aí leio que o ex-governador de São Paulo José Serra e candidato mais uma vez derrotado à Presidência do Brasil, menos de uma semana  após ter recebido um rotundo não do povo brasileiro vai choramingar em França. Dentre  as muitas sandices ditas por lá Serra afirmou que: o país está “fechado para o exterior” porque passa por um “processo claro de desindustrialização”.

Lembremos ainda que o Brasil alçou um lugar de destaque no cenário internacional. Lula está cansado de receber prêmios e de aparecer nas primeiras páginas de revistas e jornais internacionais; a vitória de Dilma Rousseff foi assunto em toda a imprensa internacional.

Confrontar as sandices ditas por Serra com a realidade brasileira é urgente porque ele nos mostra como a realidade de Serra e seus seguidores é uma realidade reificada. Ou seja, a realidade de Serra e seus eleitores é uma ficção, fazem abstrações pautadas em um mundo paralelo, acreditam nisso e querem nos fazer acreditar, mesmo que todos os dados provem o contrário.

Além das bobagens sobre economia e relações da política externa brasileira Serra criticou um dos projetos petistas mais democráticos: o orçamento participativo. Aplicados pelas prefeituras  governadas pelo PT, trata-se de consultas populares onde os cidadãos decidem como e no que  parte do orçamento público deve ser aplicado.

Serra deve aprovar o modo de administrar das prefeituras demotucanas como a de São Paulo onde lemos até na  grande mídia que o prefeito cortará verbas do orçamento para o ano que vem das áreas mais pobres, ao mesmo tempo que propõe dobrar o seu próprio salário e reivindica a administração de um imenso volume de recursos para ser gasto livre de qualquer controle, inclusive da Câmera!

Não concordei quando o Rei Juan Carlos mandou um chefe de Estado democraticamente escolhido pelo povo calar-se, assim como acho deselegante um manifestante mexicano, presente na reunião onde Serra proferiu tantas sandices repetir a famosa frase do rei espanhol.

À época alguns lunáticos disseram que o rei espanhol deu uma 'lição de democracia a Chávez,'. O que dirão agora? Que o manifestante mexicano é petista? Embora duvide que a imprensa trate a mesma frase proferida em contextos diversos da mesma maneira, eu discordo do mexicano que mandou Serra calar-se. Para mim quanto mais ele falar, mais ficará claro ao povo brasileiro o quanto Serra vive em uma realidade paralela, tal qual os metrôs, a saúde, a educação, enfim a cidade imaginária de São Paulo que ele apresentava em suas propagandas e que não resistem a um simples percurso de ônibus pela cidade.