Marco Aurélio Mello: "Não vejo um movimento para enfraquecer o julgamento do mensalão"

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O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, criticou as declarações do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, de que as críticas a sua atuação no caso Cachoeira teriam o objetivo de enfraquecê-lo no julgamento do mensalão.

Em entrevista ao portal Terra, o ministro disse que não deve-se desviar o foco da CPI do Cachoeira e misturar o assunto com o julgamento do caso do mensalão. "Precisamos olhar sempre o lado positivo das práticas republicanas. Não se pode desviar o foco. A CPI começou a trabalhar agora e não podemos nos precipitar e tirar ilações, muito menos dessas extravagantes, que contrariam a razão", afirmou o ministro. Para Mello, o STF está imune a este tipo de pressão, "Não vejo um movimento para enfraquecer o julgamento do Mensalão, até porque, pelo amor de Deus, o STF não é sensível a pressões".

[caption id="attachment_11420" align="aligncenter" width="300" caption="Ministro Marco Aurélio Mello não vê ligação entre as críticas ao Procurador Geral da República e o julgamento do mensalão (Foto: Nelson Jr. STF)"][/caption]

O ministro afirmou ainda que considera natural as críticas dos parlamentares ao Procurador Geral da República. "A base aliada está apenas questionando a problemática de não ter se tocado um certo inquérito em 2009 e busca esclarecimentos sobre isso. Faz parte do procedimento que nós vemos sempre nas CPIs. Eles fustigam para levantar elementos e esclarecer os fatos. É natural", esclareceu.

[caption id="attachment_11419" align="aligncenter" width="300" caption=""O PT não tem nenhuma preocupação com relação à prestação de Justiça", afirmou Rui Falcão (Foto: Uiara Lopes / pt.org.br)"][/caption]

Outro que criticou as declarações do procurador foi o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Para ele, o PT não tem "nenhuma preocupação com relação à prestação de Justiça". De acordo com Falcão, o ataque de Gurgel aos parlamentares não esclarece o motivo do procurador ter demorado 3 anos para apresentar a denúncia ao STF. "Continuo dizendo que ele tem que responder à pergunta lançada pelo delegado da PF, Raul Alexandre Souza, de por que ele não tinha dado sequência às denúncias que recebera sobre a operação Vegas ... Se naquele momento as primeiras denúncias tivessem vindo à luz, poderíamos ter tido resultados eleitorais diferentes", disse Falcão.

Por Felipe Rousselet