Opção Patrus cresce como alternativa a Lula entre dirigentes petistas

A aposta é que após 15 de agosto o ex-presidente escolherá um nome do partido para substituí-lo. Ou seja, no primeiro turno não vai se dar a tão discutida aliança com Ciro Gomes.

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O nome de Patrus Ananias, atualmente deputado federal e ex-prefeito de Belo Horizonte, vem ganhando força como possível candidato a presidente da República do PT no caso de Lula vir a ser impedido pela justiça. A primeira opção do partido era Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, mas ele tem dito de forma assertiva que não quer disputar e que não se considera a pessoa para liderar o país neste momento. Jaques, inclusive, tem defendido em conversas reservadas que se caso a candidatura Lula vier a ser impugnada o partido deveria considerar se juntar a Ciro Gomes para construir uma frente de centro-esquerda. Esta opção, porém, é rechaçada pela militância e pela bancada de deputados, a despeito de ser defendida por boa parte dos governadores do partido. Para os atuais governadores uma frente com Ciro ajudaria a montar palanques mais amplos. Já para os deputados, a conta é que sem um candidato do PT para presidente o número de votos na legenda cairia também para o legislativo. Ou  seja, menos parlamentares seriam eleitos. Haddad, Celso Amorim e Patrus Anannias Sem Jaques para disputar, os petistas passam a considerar três nomes. O do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o do chanceler Celso Amorim e o de Patrus Ananias. Haddad daria ao partido uma cara nova, mas sua derrota no primeiro turno em São Paulo e sua intenção de votos no estado de origem são tratados como limitador. Há uma avaliação de que ele seria derrotado por Alckmin por larga margem em São Paulo e não “teria pegada”, termo usado por um deputado, para conquistar eleitores de outros estados. Celso Amorim não teria traquejo para uma disputa presidencial, na opinião de outro parlamentar. A disputa deste ano exigirá experiência em embates políticos, avalia. No caso de Patrus, ele teria um leque maior de vantagens. É um político experiente e com currículo de sucessos administrativos. Seu governo à frente de Belo Horizonte foi muito bem avaliado e a gestão como ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, onde conduziu o Bolsa Família, é considerada exemplar. Afora isso, Patrus é ligado à Igreja Católica e é de Minas Gerais. Esses dois fatos é que vêm sendo citados com destaque por aqueles que passaram a colocar de novo seu nome como cotado para a disputa de outubro. Ter o apoio mais ativo da Igreja Católica seria um fator muito importante neste momento para o PT conseguir dialogar, sem Lula à frente, com o eleitorado mais popular, já que a tendência é que as igrejas evangélicas se decidam em maioria por candidatos mais à direita. E como o estado de São Paulo tem sido muito resistente ao partido, vencer em Minas, o segundo colégio eleitoral do país, é quase uma obrigação. E Patrus teria grandes chances de sair com uma votação significativa e uma boa vantagem em relação a outros candidatos no seu estado natal. De qualquer maneira, todos as pessoas com as quais o blogue conversou em off sustentam que o PT vai registrar Lula e defender sua candidatura até o limite. E mais do que isso, que será Lula quem vai escolher o que será feito depois. A aposta é que após 15 de agosto o ex-presidente escolherá um nome do partido para substituí-lo. Ou seja, no primeiro turno não vai se dar a tão discutida aliança com Ciro Gomes. E só neste momento é que vai ser discutido de fato o tal plano B. Até lá, tudo ainda está mais no campo das especulações. Mas neste campo, Patrus cresceu. Seu nome que era quase ignorado agora surge em quase todas as listas de apostas.