Guedes defende sistema de capitalização e é criticado por parlamentares

O ministro da Economia voltou a defender que a reforma da Previdência resulte em economia mínima de R$ 1 trilhão nos próximos dez anos para financiar a transição para o sistema de capitalização; "Por que os militares não vão para a capitalização se ela é tão boa?", questionou Alencar Santana (PT-SP)

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Em sessão sobre reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara com o ministro Paulo Guedes, nesta quarta-feira (3), o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse que o ministro é mais perverso do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quando fez mudanças no sistema previdenciário. O deputado do PT afirmou que Guedes "faltou com a verdade" ao declarar que o governo gasta R$ 700 bilhões com a Previdência Social. Para o congressista, parte desses recursos foi para pagamento da seguridade social. Aos gritos e batendo na mesa, Lopes disse que Guedes mentiu: "É seguridade social". O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), teve que conter mais um início de bate-boca e pediu respeito ao ministro. Lopes acusou a mídia de tratar o ministro da Economia como último "gatorade do deserto" e afirmou que esperava uma apresentação mais técnica de Guedes. O ministo, por sua vez, defendeu a proposta da capitalização, dizendo que esse sistema segue princípios saudáveis. "Por exemplo, não tem bomba demográfica". Para ele, o atual regime previdenciário, de repartição, é uma fábrica de desigualdades. Já o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) disse que o governo "vive com base na mentira" e questionou a intenção de Guedes de propor o sistema de capitalização. "Se o sistema atual que tem três financiando (trabalhador, empregador e governo) está falido como vai ficar a capitalização em que só o trabalhador contribui?", inqueriu. Ele ainda provocou o ministro sobre a proposta dos militares, que foi apresentada separadamente. "Por que os militares não vão para a capitalização se ela é tão boa?", questionou. Em relação às proposições de mudanças para aposentadoria rural, o ministro afirmou que a ideia é minimizar que pessoas que vivem em ambientes urbanos adiram a esta modalidade de aposentadoria. “Como é que pode ter 6 milhões de pessoas no campo e 9 milhões de pessoas recebendo?”, questionou Alencar. Com informações da Agência Câmara