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O modelo de ameaça e coação que têm se estruturado no Brasil desde a instauração da Operação Lava-Jato foi alvo de críticas de parlamentares, durante reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFC) da Câmara dos Deputados na manhã dessa quarta-feira (3).
Classificada como um “castelo de areia, uma ilusão construída com excelentes e assessores de imprensa” pelo ex-ministro da Saúde e atual deputado federal eleito pelo Paraná, Ricardo Barros (PP), o parlamentar cobrou a responsabilidade da Comissão em discutir questões prioritárias e cobrar providências.
Ricardo Barros criticou a lentidão e a ação de subserviência do Parlamento aos outros Poderes e o revés institucional que tem se revelado no país.
“Não é invertendo o ônus da prova, sequestrando bens e obrigando as pessoas a provarem que os adquiriram legitimamente. Cabe ao Judiciário provar a culpa e não ao cidadão provar que não tem culpa”, defendeu Barros. “Vamos parar de brincar, de ficar jogando para a plateia, de fazer fumaça. A Lava-Jato enterrou o país, 10% do PIB nós perdemos, porque não quis fazer leniência”, apontou.
Em apoio ao deputado paranaense, Márcio Jerry (PCdoB-MA) afirmou que o pronunciamento do parlamentar continha um importante alerta sobre a tentativa de desconstrução dos espaços e poderes democraticamente instituídos no país.
“Não podemos aceitar passivamente que haja esse processo de desqualificação, de criminalização e de esmagamento da atividade política democrática em nosso país. É preciso o reposicionamento da harmonia entre os poderes, nenhum sobrepondo o outro. Não podemos achar natural, normal que haja um partido da Lava-Jato, assim estruturado”, criticou Jerry.
De acordo com o deputado do PCdoB, muito além de um debate ideológico, a nova ordem que vem se estabelecendo no Brasil revela uma tentativa de desmonte da Constituição Cidadã de 1988, atualmente “atacada e sob ameaças permanentes”, definiu.