Tsunami da Educação avança contra Bolsonaro em dia de manifestações contra governo

Ministro diz que não descarta mais bloqueios e é convocado a falar na Câmara; manifestações contra cortes no orçamento de universidades ocorrem em todo o país nesta quarta

Bolsonaro e Abraham Weintraub (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Escrito en POLÍTICA el

Balbúrdia: segundo o dicionário significa “grande desordem e vozerio; confusão, trapalhada. Barulho, algazarra, confusão”, uma síntese de como pode ser classificada a gestão presidencial de Jair Bolsonaro. Pior, nessa terça o governo acumulou mais uma derrota no parlamento, com a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre o corte de 30% no recurso das universidades federais. Foram 307 votos a favor, 82 contra.

A tsunami de desorganização, a falta de articulação e os erros primários que não cessam podem descambar em impeachment. Especialistas em fake news, o governo tentou na noite dessa terça desmobilizar manifestações, divulgando informação falsa de que o contingenciamento havia sido suspenso. A Casa Civil explicou logo após que tudo estava mantido, ou seja, desmentiu informação do líder do PSL, delegado Waldir (GO). Autor do requerimento de convocação de Weintraub, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que os cortes precisam ser explicados, uma vez que o País viveu um ciclo de expansão do sistema educacional público que agora corre risco de ser interrompido. Ele acrescentou que o debate vai coincidir com manifestações convocadas contra o congelamento dos recursos. “É uma oportunidade para que o povo brasileiro perceba que a Câmara dos Deputados está sensível ao clamor da sociedade, já que amanhã as ruas serão ocupadas por gente preocupada com a cultura e a educação”, comentou. Quem não lembra, a última convocação de ministro no plenário não terminou bem. Antes de Weintraub, o então ministro da Educação, Cid Gomes, teve de prestar esclarecimentos ao Plenário em 2015 sobre declarações polêmicas contra o então presidente da Casa, Eduardo Cunha. O episódio levou à demissão de Cid. Enquanto o plenário ouvirá os ministros, a pauta da Casa continua obstruída com as medidas provisórias não aprovadas. A 870, sobre a reorganização da Esplanada, pode perder a validade em 3 de junho e não há previsão de ser apreciada tão cedo. Nesse cenário de caos e imprevisibilidade só um milagre para o Planalto conseguir aprovar a Reforma da Previdência, a cada dia mais distante de se tornar realidade. A conferir.