A arrogância de Serra está custando caro

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Acabo de conversar com Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional dos Direitos Humanos. Ele está desde às 3h da manhã de hoje na USP buscando construir pontes para um diálogo entre o governo e os estudantes que há 22 dias ocupam a reitoria da universidade. Desde ontem o movimento conta também com o apoio de professores da USP e da Unicamp.



Ariel foi para o local porque havia ameaça de invasão por parte da Polícia Militar. O coronel responsável pela corporação havia dito que hoje seria o dia do entro, tiro e arrebento. De hoje não passaria. Pelo jeito vai passar e Serra não vai ter coragem de fazer o que havia ameaçado.



Ariel está lá para isso, para impedir que haja confronto. Segundo ele, não há disposição de resistência por parte dos estudantes, mas de qualquer forma seria terrível para a história do estado de São Paulo que uma universidade tivesse que utilizar da força policial para solucionar o impasse de um movimento. Ele tem absoluta razão.



Não fui ainda a USP conversar pessoalmente com os estudantes, mas já ouvi diferentes relatos que dão conta de que uma boa parte dos que integram o protesto consideram que já está na hora de dar um passo atrás e comemorar as vitórias conquistadas, como a garantia de alimentação nos fins de semana para os moradores do Crusp e a ampliação do transporte no Campus. E essa posição que ainda é minoritária poderia ter ganhado força caso o governador Serra descesse do seu pedestal e dialogasse com a garotada. E dissesse claramente que vai respeitar a autonomia universitária. Mas ele que foi líder estudantil preferiu a truculência.



Com a adesão dos professores ao movimento, a conta ficou mais cara. Agora tenta-se ,via Assembléia Legislativa e Secretaria da Justiça, um entendimento que atenda mais alguns dos 17 pontos de pauta relacionados pelos estudantes. E alguns deles passam pelo governo do Estado.



Ou Serra aceita pagar um pouco mais ou vai ter de passar o vexame de botar cavalos, cachorros e policiais armados pra invadir uma reitoria. E tirar estudantes inofensivos de 20 anos carregados e algemados. Isso talvez seja o seu desejo secreto, mas se realizá-lo vai estar dando um tiro no peito de suas ambições políticas. E chamando para o confronto contra o seu governo todos os movimentos sociais organizados.

A arrogância de Serra está custando caro





Acabo de conversar com Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional dos Direitos Humanos. Ele está desde às 3h da manhã de hoje na USP buscando construir pontes para um diálogo entre o governo e os estudantes que há 22 dias ocupam a reitoria da universidade. Desde ontem o movimento conta também com o apoio de professores da USP e da Unicamp.



Ariel foi para o local porque havia ameaça de invasão por parte da Polícia Militar. O coronel responsável pela corporação havia dito que hoje seria o dia do entro, tiro e arrebento. De hoje não passaria. Pelo jeito vai passar e Serra não vai ter coragem de fazer o que havia ameaçado.



Ariel está lá para isso, para impedir que haja confronto. Segundo ele, não há disposição de resistência por parte dos estudantes, mas de qualquer forma seria terrível para a história do estado de São Paulo que uma universidade tivesse que utilizar da força policial para solucionar o impasse de um movimento. Ele tem absoluta razão.



Não fui ainda a USP conversar pessoalmente com os estudantes, mas já ouvi diferentes relatos que dão conta de que uma boa parte dos que integram o protesto consideram que já está na hora de dar um passo atrás e comemorar as vitórias conquistadas, como a garantia de alimentação nos fins de semana para os moradores do Crusp e a ampliação do transporte no Campus. E essa posição que ainda é minoritária poderia ter ganhado força caso o governador Serra descesse do seu pedestal e dialogasse com a garotada. E dissesse claramente que vai respeitar a autonomia universitária. Mas ele que foi líder estudantil preferiu a truculência.



Com a adesão dos professores ao movimento, a conta ficou mais cara. Agora tenta-se ,via Assembléia Legislativa e Secretaria da Justiça, um entendimento que atenda mais alguns dos 17 pontos de pauta relacionados pelos estudantes. E alguns deles passam pelo governo do Estado.



Ou Serra aceita pagar um pouco mais ou vai ter de passar o vexame de botar cavalos, cachorros e policiais armados pra invadir uma reitoria. E tirar estudantes inofensivos de 20 anos carregados e algemados. Isso talvez seja o seu desejo secreto, mas se realizá-lo vai estar dando um tiro no peito de suas ambições políticas. E chamando para o confronto contra o seu governo todos os movimentos sociais organizados.



Também conversei com Jorge Nazareno, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, que é pai de um dos líderes do movimento. Ele avalia que Serra não seria nem burro nem louco de fazer isso. Tendo a concordar com ele. Mas como Sarkozi se tornou presidente da França fazendo o que fez contra a moçada dos subúrbios de Paris, há gente defendendo que o governador faça o mesmo.



Eles acreditam que se mostrar força agora, Serra se torna a opção para quem quer a ordem no país. Não acreditam no que estou dizendo, então passeiem pelos blogs tucanos e dêem uma olhada.