Chegou o Midiático Poder. Libero um trecho do livro que explica o vídeo postado abaixo sobre a farsa do almirante

Escrito en BLOGS el

Acabam de chegar da gráfica os exemplares de Midiático Poder - O Caso Venezuela e a Guerrilha Informativa. A partir de amanhã o livro começa a ser enviado para as livrarias.







Todos os leitores deste blog estão desde já convidados para os lançamentos previstos. O primeiro será no Bar Canto Madalena, dia 14 de junho, a partir das 19 horas. Fica na Rua Medeiros de Albuquerque, 471, na Vila Madalena. O segundo, em Brasília, no dia 26, no Bar e Restaurante Monumental, na 201, Sul.







Como o tema está em alta por conta da questão da RCTV, adianto que estou à disposição para avaliar a participação em debates a respeito do assunto. Aliás, amanhã participarei do programa Observatório da Imprensa, transmitido nacionalmente pela TV Educativa do Rio e retransmitido em São Paulo pela TV Cultura. O programa será ao vivo, às 22h30. A mediação é de Alberto Dines.







Mas o principal motivo deste post é outro. Segue trecho do livro publicado nas páginas 41 e 42, eles explicam o vídeo que postei pela manhã sobre as declarações de Otto Neustald, então correspondente da CNN na Venezuela.

A farsa do Almirante

Ainda no dia 11 de abril, após a intensa difusão em massa do “massacre”, surgem oficiais das Forças Armadas em cadeia patrocinada pelos meios eletrônicos. Liderados pelo almirante Héctor Ramírez Pérez, pedem a renúncia do presidente da República e acrescentam um novo elemento à crise: as Forças Armadas não só não apoiavam mais Chávez, como também não o aceitavam como presidente. Após o anúncio, TVs no mundo inteiro reverberaram a exigência. Héctor Ramirez era apontado pela CNN como o líder máximo das Forças Armadas no país. Fazia parte do pacote de invenções daqueles dias.

O depoimento do correspondente da CNN, Otto Neustald, no Fórum de Jornalismo em Tempos de Crise, que foi filmado e faz parte de documentário da Anmcla, sintetiza a ação dos supermeios na Venezuela. Enquanto esperavam uma autorização de um canal de televisão para que pudessem entrar ao vivo, dizendo ao país que não reconheciam mais o governo, o jornalista Neustald, vendo a ansiedade dos militares, disse-lhes que ensaiassem o que iam dizer para que pudessem ser convincentes.

Eles aceitaram a proposta de Neustald, colocaram-se em frente à câmera e disseram: “O presidente do Conselho de Autoridades, o senhor Hugo Chávez Frias, traiu o povo e está o massacrando com franco-atiradores. Neste momento já se podem contar seis mortos e dezenas de feridos...”

A gravação realizada por Neustald aconteceu exatamente duas horas antes de os conflitos se iniciarem. Naquele momento não existiam mortos ou feridos. Nem confronto armado. Tampouco era possível saber da existência de franco-atiradores. Héctor Ramírez e seus colegas golpistas de farda, porém, sabiam de tudo que ia acontecer. Os meios de informação, que esperavam para autorizar-lhe a entrada ao vivo, também. Não havia um Nostradamus no grupo. Era somente o ensaio do golpe.