Depois de entregar Pré-Sal, esquema PF e MP pode quebrar frigoríficos nacionais

Há outras empresas que irão ganhar uma fatia razoável do mercado da JBS, BR Foods e Seara com todo esse escândalo da operação de hoje, que, se responsável, teria de ser feita resguardando um nível mínimo de sigilo.

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Evidente que ninguém quer comer carne estragada ou produzida sob condições questionáveis. Mas a operação da PF de hoje que coloca os maiores frigoríficos brasileiros, que são também os maiores do mundo, em xeque pode ter consequência tão grave para a economia do país quanto a que afundou a Petrobras e permitiu a uma quadrilha entregar o Pré-Sal. A disputa por esse mercado de carnes é tão selvagem quanto o de petróleo. Não há santos nele. E tanto a selvagem relação das empresas com os seus empregados, quanto a forma que se dá a disputa entre elas é algo que não permite ingenuidade. Por este motivo, não se pode deixar de imaginar que a ação da PF não tenha como força motriz apenas o interesse público. Há outras empresas que irão ganhar uma fatia razoável do mercado da JBS, BR Foods e Seara com todo esse escândalo da operação de hoje, que, se responsável, teria de ser feita resguardando um nível mínimo de sigilo. Quando a Volkswagen falsificou resultados de emissões de poluentes em motores a diesel na Europa e nos EUA, o governo de Angela Merkel correu para defender a empresa e separar o seu patrimônio do crime dos executivos. Exatamente o contrário do que foi feito no Brasil no caso da Petrobras, quando quem pagou foi a empresa, que perdeu valor de mercado e produziu um golpe de Estado para que o Pré-Sal, que era por ela controlado, fosse oferecido numa bandeja de prata para os seus concorrentes. O risco que venha a acontecer o mesmo com os frigoríficos nacionais é imenso. E não parece acaso que apenas esses setores de sucesso sejam alvo de investigação. Os próximos dias dirão.