Deputado do PT diz que clima na bancada é de baixo astral e pessimismo

Hoje eles têm a perspectiva de um novo governo e isso dificulta“ muito as coisas”, avaliou.

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congresso vazioO blogue conversou há pouco com um dos mais experientes deputados do PT. Ele se mostrou preocupado com o que está por vir e acha que se a votação de hoje não foi trágica, porque com essa quantidade de votos, 199, o governo pode derrotar o impeachment, ao mesmo tempo demonstrou fragilidade e pode dar fôlego aos movimentos de rua da oposição. Ao mesmo tempo, permite dizer que a articulação política melhorou com a saída de Aloísio Mercadante e a entrada de Jacques Wagner e Ricardo Berzoini, mas que ainda precisa melhorar muito. O PSB, por exemplo, ainda segundo ele, teria demonstrado disposição de construir uma posição mais favorável ao governo depois da troca de comando na Casa Civil. Mas o governo cometeu erros de articulação que levaram o partido a votar na chapa alternativa na tarde hoje. O PSB foi, na opinião deste deputado, fator de desiquilíbrio na votação. Em relação a carta de Michel Temer, o deputado, mesmo considerando-a infantil, avalia que ela traduz um pouco do que muitos deputados pensam da presidenta Dilma. Ela trataria a todos com certo desprezo. E ao mesmo tempo serviu ao PMDB como um novo norte. “O resto não interessa, o que importa é o final da carta que é uma senha. Temer diz que ela nunca confiou nele e nem no PMDB. Ou seja, ele chama o partido a caminhar junto com ele na direção de um novo governo”. Por isso, na opinião deste petista, o deputado Leonardo Picciani, atual líder do PMDB na Câmara, estaria com os dias contados na liderança. Quanto ao PSDB, ele acha que o partido não está tão desunido como se tem dito. Todas as lideranças já teriam convergido para a tese de que o que importa agora é derrubar Dilma. E só depois discutir qualquer outra coisa. Mesmo os tucanos que podem estar inseguros com um governo liderado pelo PMDB já estariam aceitando a hipótese de que Temer faria o serviço duro nos próximos três anos. E os liberaria para fazer um discuso de futuro, mirando em 2018. A análise deste deputado seria compartilhada hoje por boa parte da bancada, segundo ele. Mas isso não significa que a bancada não acredite na possibilidade de resistir e lutar, mas que teve a exata dimensão, na tarde de hoje, de que não vai ter vida fácil.  E por isso, o baixo astral. "Hoje eles têm a perspectiva de um novo governo e  isso dificulta muito as coisas”, avaliou. Evidente que, por motivos óbvios, o deputado preferiu não falar em on.